A Praça Cyro Abalém, na Ilha dos Valadares, se transforma de 25 a 27 de agosto, no palco da 14.ª Festa Nacional do Fandango Caiçara de Paranaguá com diversas apresentações.
Mas a programação teve início na quarta-feira, 23, com a oficina de batido na Escola Cidália, com representantes do Grupo Mestre Eugênio, apresentação do Boi de Mamão e formação de professores para educação popular caiçara.
O Mestre fandangueiro e idealizador do evento, Aorelio Domingues, destaca a importância do evento. “A 14.ª Festa do Fandango, uma festa nacional, que tem trazido muitos turistas, muitos estudantes, pesquisadores, para conhecer um pouco da nossa cultura, nossa cultura popular, nosso turismo, nosso ambiente caiçara. É uma satisfação muito grande estar realizando essa 14.ª edição da Festa Nacional que faz parte de um circuito nacional das festas do Fandango”, destaca Aorelio Domingues, explicando que a festa do Fandango se realiza em outros territórios. “A festa se realiza em Ubatuba, Cananeia, Iguape, Paranaguá, Guaraqueçaba e Itapoá, então são várias as cidades que hoje fazem a festa do Fandango para mostrar essa cultura caiçara e consolidar um território que faz parte dessa diversidade brasileira, o que é mais importante”, completa.
O mestre conta que a festa do Fandango em Paranaguá foi a primeira festa. “Ela aconteceu a primeira vez, a 1.ª edição há mais de 25 anos, e alguns anos não foram realizadas, tivemos alguns anos que pularam por falta de condição aqui da comunidade que não tinha fôlego para isso, mas hoje a gente tem grandes parceiros que estão com a gente para a realização da festa, como a Prefeitura Municipal de Paranaguá, por exemplo. Então para a gente é uma satisfação, estar fazendo a festa, recebendo esses grupos de Fandango de fora e exibindo um pouco, não só da nossa cultura, mas também colocando à disposição, receitas da nossa culinária, histórias do nosso povo caiçara, dos mestres, o nosso artesanato, nossos instrumentos, assim como também a gente tem feito importantes mesas de debate aqui na associação. Ontem começou com uma mesa maravilhosa sobre educação. A gente tem discutido a criação de uma escola caiçara, a pedagogia ancorada no conhecimento tradicional. Hoje, a gente teve uma mesa do turismo comunitário e também a mesa da antropologia. Então a gente está recebendo os alunos da antropologia de Curitiba e estão vindo dois ônibus da Universidade Federal, conhecer um pouquinho do Valadares, andar aqui pela nossa ilha e participar dessa mesa com antropólogos renomados na pesquisa brasileira”, destaca Mestre Aorelio.
Dentro da programação amanhã terá duas outras mesas, uma delas de Luteria, que é a construção de instrumentos. “A gente vai falar sobre a construção de instrumento, a história dos instrumentos e também de afinação, porque como você sabe a viola, a rabeca, ela tem afinações específicas, são três afinações de viola e uma de rabeca. Então é diferenciado, é diferente de qualquer outro instrumento nessa diversidade brasileira. Então debater tudo isso, colocar em pauta, transformar o conhecimento tradicional no conhecimento científico, é criar documentos, tudo isso é importante para a comunidade. Às vezes a gente vê o Fandango só batendo o tamanco ali e tocando fazendo uma apresentação, não faz ideia do que é esse universo todo que é o fandango, a cultura popular. Então é um prazer muito grande, estar realizando essa festa e estar recebendo esse povo de fora para conhecer a nossa cultura, a nossa diversidade, e a importância de tudo isso no cenário da diversidade brasileira. Então fica um abraço e o convite para vocês virem aqui conhecer, conhecer a Feira da Ilha dos Paladares, que vai trazer receitas da nossa culinária e servir ali para que o povo possa experimentar um pouquinho da nossa culinária”, convida o Mestre Aorelio.
A secretária Municipal de Cultura e Turismo, Maria Ângela Torres, destaca que o evento tem uma vasta programação. “É uma intensa programação que envolve oficinas relacionadas aos instrumentos musicais que compõem o fandango, debates sobre aspectos culturais e muitas apresentações. Contaremos com grupos de São Paulo, Santa Catarina e de uma cidade vizinha”, destacou Maria Ângela Torres.
Confira a programação:
10h: Mesa de Lutheria Caiçara – a Rabeca, na Associação Mandicuera.
14h: Abertura oficial com Grupo Pés de Ouro, na Praça Cyro Abalem.
15h30: Boi de uma Mão, na praça Cyro Abalem.
16h30: oficina de batido com o grupo Família Domingues. Também na praça Cyro Abalem.
19h: Dona Mariquinha convida com roda fandangueira, fuxico e cantoria.
20h: apresentação da Família Domingues (Ilha dos Valadares)
21h: apresentação do Grupo Mestre Eugênio (Ilha dos Valadares)
22h: apresentação Grupo Viola Afinada (Ilha dos Valadares)
23h: Grupo Mestre Pedrinho (Ubatuba- SP)
24h: apresentação Jovens da Jureia (Iguape- SP)
1h: apresentação Grupo Manema (Peruíbe e Iguape- SP)
Dia 26 (Sábado)
10h: Oficina de Batido com Grupo Mestre Brasílio
10h às 12h: Oficina de Rabeca com Zé Pereira
11h: Oficina de Culinária Caiçara com Luiz Aguiar, Grupo Folclórico Mestre Romão
12h: Apresentação de Fandango com Grupo Folclórico Mestre RomNao
13h: Apresentação de Fandango com grupo Chimarrita de Itapoá (SC)
14h: O Galo Canta com Durval Michaud Squenine da Ilha do Superagui.
15h: Apresentação dos alunos do grupo Mestre Eugênio do CMEI Arcelina Ana de Pina
15h30: Apresentação de fandango Grupo de Fandango Pirão do Mesmo.
16h30: Oficina de Afinação de Viola com Fred Pedrosa.
17h: Apresentação de Fandango Raízes Fandangueiras
19h: O Fandango da Família Costa- Roda de Conversa com Grupo Pés de Ouro.
Baile de Fandango Caiçara com os grupos de fandango:
20h: Grupo Mestre Brasílio (Ilha dos Valadares
21h: Grupo Mandicuera (Ilha dos Valadares)
22h30: Grupo Fandaguará (Guaraqueçaba)
23h30: Grupo Bacuraú de Ubatuba (SP)
00h30: Grupo Família Neves (Cananeia – SP)
1h30: Jovens Fandangueiros do Itacuruçá (Marujá-SP).
Toda a programação acontecerá na Praça Cyro Abalem com exceção da Oficina de Rabeca e Oficina de Afinação de Viola que acontecerão na Associação Mandicuera.
Dia 27 (Domingo)
12h: Apresentação da Orquestra Rabecônica do Brasil na Praça Cyro Abalem com a chegada da Bandeira do Divino Espírito Santo.
