Crônicas

Esquadrilha da Fumaça

Por: Kátia Muniz Muito bonito ver aquela imensidão de pessoas chegando. Famílias inteiras ocupando cada centímetro da respectiva área, ao mesmo tempo em que escolhem o melhor lugar para assistir ...

Por: Kátia Muniz

Muito bonito ver aquela imensidão de pessoas chegando. Famílias inteiras ocupando cada centímetro da respectiva área, ao mesmo tempo em que escolhem o melhor lugar para assistir ao espetáculo. Algumas esticam toalhas no gramado e se acomodam sobre elas, até sentam em cadeiras de praia, banquinhos ou no chão, organizando-se como podem, inclusive levando, como muitas fazem, os pets de estimação.

Em minutos, o espaço encontra-se lotado para a apresentação do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), da Força Aérea Brasileira (FAB), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça.

O evento coloca vidas em movimento, enquanto a economia gira em hospedagens, restaurantes e nos ambulantes que garantem uma renda extra.

O sol e a temperatura elevada, de uma tarde de março, encarregam-se de dar as boas-vindas a tudo que está por vir.

O primeiro avião rasga o céu dentro do horário marcado na programação. Em seguida, surgem os outros, um a um, num voo mais baixo, o que possibilita ver a tradicional “balançadinha” das asas da aeronave como forma de cumprimentar o público presente.

Então, o show aéreo inicia e a multidão deixa o olhar repousar no céu azul. 

Enquanto os aviões cumprem o cronograma de acrobacias e manobras, é interessante observar a empolgação das pessoas. As mulheres, em particular, exteriorizam as emoções. Emitem gritinhos, verbalizam, narram os acontecimentos e mantêm a boca em atividade constante. Os homens não ficam atrás, também liberam as emoções, mas são um pouco mais contidos. 

No geral, o movimento de cabeças, que se voltam de um lado para o outro, procurando a direção das aeronaves e o exercício de permanecer com os celulares erguidos para o alto, em modo de filmagem ou foto, o que forma quase um balé de repetições.

Várias partes da apresentação causam êxtase no público, mas o auge se dá quando os aviões liberam a fumaça e formam um coração no céu. Nessa hora, a vibração toma conta. Os apreciadores aplaudem, sonorizam interjeições de admiração e são tomados por um encantamento que parece resgatar a inocência infantil de outrora.

A esquadrilha é sucesso garantido nos lugares em que se apresenta. Com o combo de técnicas precisas aliadas a muito estudo, horas de voo, treino, disciplina, persistência diante das adversidades, presenteia a quem assiste proporcionando momentos únicos, que ficarão guardados na memória, além de fazer o coração pulsar com veemência diante daquilo que causa enorme orgulho: é patrimônio nacional, é Brasil.

Esquadrilha da Fumaça

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Esquadrilha da Fumaça

Kátia Muniz

Kátia Muniz é formada em Letras e pós-graduada em Produção de Textos, pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (hoje, UNESPAR). Foi colaboradora do Jornal Diário do Comércio por sete anos, com uma coluna quinzenal de crônicas do cotidiano. Nos anos de 2014, 2015 e 2016 foi premiada em concursos literários realizados na cidade de Paranaguá. Em outubro de 2018, foi homenageada pelo Rotary Club de Paranaguá Rocio pela contribuição cultural na criação de crônicas.