Na última sexta-feira, 18, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou mais uma edição do Boletim InfoGripe Fiocruz que apontou um crescimento de casos de Covid-19 no Brasil. O Coronavírus já consta em 47% dos resultados positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas no País, algo mais concentrado junto à população adulta. O Paraná não consta na lista de 12 estados que crescimento moderado na tendência de longo prazo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), porém, segundo a Fiocruz, apresenta índices que podem indicar aumento de registros de SRAG em público infantil ou oscilar em torno de um patamar relativamente baixo.
“Com crescimento nas tendências de curto (últimas três semanas) e longo prazo (últimas seis semanas), esse indício está mais presente nas faixas etárias da população adulta. Em nível nacional, o aumento moderado de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo está presente em 12 de 27 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 45, período de 6 a 12 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 de novembro”, ressalta a assessoria da Fiocruz.
Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, destacou a importância da vacinação contra a Covid-19 e uso de máscara para proteção. Para ele, a população deve conferir quantas doses de imunização contra o Coronavírus é recomendada para o perfil de cada indivíduo e que a pessoa tome o máximo de doses possível para garantir maior nível de proteção contra a pandemia. “A vacina é muito importante para diminuir o risco de agravamento, mas o seu papel é um pouco menor na transmissão. Por isso, é fundamental que a gente volte a utilizar boas máscaras em situações específicas, ou seja, em transporte público, locais fechados e situações com muita gente em um espaço relativamente pequeno. É vacina no braço e máscara no rosto”, salienta.
Crescimento em adultos
“Os dados apontam para crescimento dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19), especialmente na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 10,3% para influenza A; 0,3% para influenza B; 24,2% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 47,0% Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 4,1% para influenza A; 0,0% para influenza B; 1,4% para VSR; e 83,6% Sars-CoV-2”, informa a fundação. Outro ponto é com relação ao vírus Influenza, que apresentou queda em estados que tiveram aumento em setembro e outubro.
Paraná e Curitiba
Ao todo, 12 das 27 unidades federativas apresentam crescimento moderado de SRAG na tendência de longo prazo até a SE 45, onde não consta o Paraná, estando nesta lista os seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. “Nos estados do Amazonas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, observa-se crescimento na população adulta, especialmente nas faixas etárias acima dos 60 anos. Em todas essas unidades federativas, é possível observar aumento nos casos positivos para Covid-19 na população adulta, sugerindo associação com o aumento de casos de SRAG indicado”, detalha.
No Paraná, bem como em outros estados que não tiverem esse aumento moderado de SRAG de longo prazo, a Fiocruz ressalta que “o crescimento é concentrado no público infantil ou compatível com oscilação em torno de patamar relativamente baixo”, detalha. Junto a outras 17 capitais, Curitiba apresentou crescimento moderado na tendência de longo prazo junto à Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
“Na maioria das capitais que apresentam alguma consistência no crescimento, tal se concentra predominantemente em crianças. As exceções são João Pessoa, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos. Tais sinais estão possivelmente associados ao aumento nos casos de SRAG positivos para Covid-19 identificados nos estados correspondentes”, informa a fundação.
Macrorregiões
“Em 16 dos 27 estados, observa-se ao menos uma macrorregião de saúde com crescimento na tendência de longo ou curto prazo: AC, AM e PA no Norte; BA, CE, MA, PB, PI e RN no Nordeste; MG, RJ e SP no Sudeste; PR e SC no Sul; GO e MS no Centro-oeste. Em relação às estimativas de nível de casos de SRAG para as macrorregiões de saúde, observam-se 58 em nível pré-epidêmico; 21 em nível epidêmico; 38 em nível alto; 1 em nível muito alto; e 0 em nível extremamente alto”, finaliza a Fiocruz.
Com informações da Fiocruz