Meio Ambiente

Biólogo destaca urgência na redução do uso de canudos plásticos pelo comércio e sociedade

ONU afirma que, se a tendência atual de poluição por plástico prosseguir, em 2050 teremos nos oceanos do mundo mais plástico do que peixes (Foto: Divulgação)

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Raphael Rolim de Moura afirma que luta contra a poluição por plásticos deve ser contínua

O uso de canudos plásticos e materiais plásticos é algo presente há muitas décadas no mundo e está causando sérios transtornos no ecossistema, principalmente no contexto marinho. Recentemente, muitos municípios passaram a proibir o uso de canudos com material plástico, algo que agora está sendo discutido em projeto de Lei em Curitiba e em outras cidades do Paraná.

O biólogo e professor universitário Raphael Rolim de Moura, especialista em Gestão e Planejamento Ambiental e Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento, o qual já foi secretário de Meio Ambiente de Paranaguá e atua na Diretoria da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC-SEDU), explica a urgência em discutir a redução abrupta de itens plásticos no meio ambiente, algo que já causou um prejuízo irreparável no ecossistema e principalmente nos oceanos.

"A luta maior é contra os plásticos em geral. Discutindo a questão dos canudos esperamos trazer a discussão dos demais plásticos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, existem 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos", afirma Raphael de Moura. Segundo ele, além de todo o prejuízo causado com morte de animais marinhos e no ecossistema, o ser humano deve levar em consideração todos os danos deste tipo de poluição. "Os plásticos nos oceanos podem causar danos físicos a animais, além de poder liberar elementos químicos, que são cancerígenos e podem causar distúrbios hormonais", explica.

Segundo o biólogo, com relação aos canudos plásticos, há alternativas simples a serem adotadas por comerciantes e consumidores, como canudos de bambu reutilizáveis e outros de aço inox, algo que deve ser também disponibilizado por comerciantes e empresários. "O que existe é um período de transição. Toda transição tem a tendência de ajustes que devem ser realizados", comenta, sobre a questão dos comércios e possível proibição de canudos plásticos.

2222(1)O biólogo Raphael Rolim de Moura ressalta que, de acordo com Fórum Econômico Mundial, existem atualmente 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos

Sobre o Projeto de Lei aprovado em primeiro turno na Câmara de Curitiba na terça-feira, 23, que ainda está sendo discutido e objetiva incentivar estabelecimentos da capital a substituir o canudo plástico por alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente, o biólogo afirma que vê a iniciativa como altamente positiva. "É uma iniciativa louvável da vereadora do Partido Verde, Dra. Maria Letícia, cumprindo o papel da Câmara de Vereadores de propor leis que tragam benefícios para a população", explica. "A conscientização de que devemos reduzir abruptamente o uso dos plásticos deve ser o principal foco. Esta ação traz benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a saúde", finaliza Moura.

NÚMERO DE PLÁSTICO DEVE SUPERAR O DE PEIXES EM 2050

Em 2018, no Dia Mundial do meio Ambiente em 5 de junho, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, destacou que o período atual deve ser de união mundial para vencer a poluição por plástico. Segundo ele, o número atual de partículas de microplástico presentes no oceano “superam as estrelas de nossa galáxia”.

“Nosso mundo está sendo inundado por resíduos plásticos prejudiciais”, afirma o secretário-geral da ONU. “Todos os anos, mais de 8 milhões de toneladas acabam nos oceanos”, explica. Ele afirma ainda que se a tendência de poluição por plástico prosseguir, em 2050 teremos nos oceanos do mundo mais plástico do que peixes.

Um exemplo disso é o que ocorreu nas Filipinas no último dia 18 de março, quando uma baleia-buca-de-cuvier, que apareceu morta em uma das praias do País estava com mais de 40 quilos de sacolas plásticas em seu estômago. A ONG Museu D'Bone Collector afirma que a causa da morte do animal, um macho jovem, foi justamente a ingestão do plástico.

 

*Com informações da ONU e BBC.

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