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Turismo

Rede Caiçara incentiva turismo comunitário em Paranaguá

Ilhas e comunidades marítimas recebem turistas interessados na cultura local

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Em busca de desbravar regiões pouco exploradas pelo turismo tradicional, foi criada, em Paranaguá, a Rede Caiçara de Turismo Comunitário. A iniciativa oferece uma nova fonte de renda às populações tradicionais que residem em ilhas e comunidades marítimas, valorizando as belezas naturais e as riquezas culturais.

O estudante do curso de Turismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ytalo Augusto Rosa dos Santos, é quem faz o receptivo da Rede Caiçara e contou como essa vertente tem sido abordada na região. 

Tranquilidade e proximidade com a natureza são algumas das características buscadas pelos visitantes (Foto: Acervo/Rede Caiçara)

Diferencial 

Segundo Ytalo, as diferenças entre o turismo tradicional e o comunitário começam pelo número de pessoas nos grupos de passeios. “A Barcopar chega a levar mais de 600 pessoas para a Ilha do Mel, que é o turismo de massa. No turismo de base comunitária isso não acontece, não se pode levar um número tão grande de pessoas para uma comunidade porque a ideia é também atuar de forma sustentável, gerando renda para que o dinheiro permaneça no local, envolvendo o máximo de pessoas da comunidade”, destacou Ytalo.

Um dos objetivos é gerar renda extra para a população que reside nesses locais mais afastados. “Em Paranaguá, nós integramos as comunidades tradicionais pesqueiras e caiçaras. Por isso, elas já têm sua principal fonte de renda que são os pescados. Em Matinhos, por exemplo, onde a sazonalidade é um problema e estudos já apontaram isso, só há como gerar lucro na época do verão, essa é mais uma diferença do turismo comum para o de base comunitária”, explicou Ytalo.

Intenção é atuar de forma sustentável, com menos impactos ambientais (Foto: Acervo/Rede Caiçara)
 

Novas experiências

Alguns turistas já conhecem a proposta do turismo de base comunitária. Outros, estão em busca de algo alternativo, que fuja dos tradicionais roteiros que cada destino oferece.

“Os turistas que mais procuram esse tipo de passeio pelo litoral buscam algo mais alternativo. Tivemos pessoas que nos procuraram dizendo que não queriam visitar a Ilha do Mel, procuravam um lugar mais tranquilo e que pudessem conhecer o dia a dia da comunidade”, observou Ytalo.

Esses turistas acabam tendo contato também com o ecoturismo. “Há comunidades em Paranaguá inseridas na área de Mata Atlântica e algumas com trilhas em meio à natureza, o que atrai o público que procura ecoturismo. A ideia também é ser sustentável, com pouco impacto, por isso temos que trabalhar com grupos pequenos”, enfatizou Ytalo.

Com esse objetivo surge ainda o turismo pedagógico, voltado a escolas, grupos de escoteiros, para estimular nas crianças esse contato mais próximo com a natureza e educação ambiental.

Desde o início da operação da Rede Caiçara, foram recebidos dois grupos de pessoas dos Estados Unidos, que vieram por meio da divulgação de uma agência de Curitiba. “Eles passaram pela Ilha dos Valadares e comunidade de São Miguel. Estamos tentando atrair mais o turista estrangeiro”, lembrou Ytalo.

Na Ilha dos Valadares, os turistas têm a oportunidade de conhecer o fandango (Foto: Acervo/Rede Caiçara) 

Atrativos

Os passeios mais procurados são aqueles que podem ser realizados em um dia, grupo de excursões que passam o dia e retornam para suas cidades de origem.

“Em algumas comunidades nós temos oficinas, em São Miguel nós temos de confecção de cestaria, onde se pode aprender a técnica indígena com as pessoas mais velhas da comunidade; e a oficina de confecção de redes de pesca. Ainda temos as vivências com experiências no manguezal e coleta de caranguejos e pesca do siri. Na Ilha dos Valadares, as pessoas têm uma apresentação de fandango”, contou Ytalo.

Como agendar

Geralmente, os passeios acontecem aos fins de semana, já que muitos moradores não se dedicam exclusivamente ao turismo. Os valores variam de acordo com os locais, o passeio de um dia (day use) varia de R$ 100,00 a R$ 140,00 por pessoa, para grupos pequenos como uma família de quatro pessoas, incluindo transporte, refeição, seguro turista e duas atividades. É possível atender grupos de até cerca de 25 pessoas.

As refeições têm como base a cultura alimentar caiçara, que possui pratos típicos regionais e locais, principalmente à base de frutos do mar.

Para adquirir os passeios, os interessados devem entrar em contato pelo telefone (41) 99202-2155 (WhatsApp) ou pelo e-mail [email protected]

Parceria com a TCP

A parceria da Rede Caiçara com a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, existe desde 2012 dentro do Programa de Educação Ambiental e tem propiciado a estruturação das comunidades para atender o turismo. 

Moradores nas comunidades marítimas de Paranaguá passaram por uma série de capacitação, receberam equipamentos, reformas e construção de alguns espaços. Em Eufrasina, por exemplo, foi construída uma cozinha comunitária; Piaçaguera recebeu caiaques; São Miguel recebeu bicicletas, equipamentos de cozinha e construção de quiosque; entre outros.

Confira o vídeo sobre turismo comunitário no litoral do Paraná:

[videoyoutube]xFiWITB-9g8[/videoyoutube]

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