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Turismo

Audiência pública discutirá volta da circulação diária do trem de passageiros

Passeio de trem de Curitiba ao litoral está entre os dez mais importantes do mundo e movimenta turismo de toda a região (Foto: Divulgação)

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Comerciantes e empresários querem retorno do trem viabilizado por meio do diálogo

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou oficialmente a redução nos dias de vinda do trem de passageiros da Serra Verde Express a Morretes no período de baixa temporada. Desde então, a circulação somente é diária nos meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro, sendo que no período restante do ano só é permitido o tráfego férreo de passageiros nas sextas-feiras, sábado, com possibilidade de extensão para as quintas-feiras em meses específicos.

A decisão foi criticada por comerciantes, empresários e cidadãos e, inclusive, incidiu na criação de movimentos apartidários em Morretes e Paranaguá, que cobraram e conseguiram fazer com que a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) programasse uma audiência pública na quarta-feira, 13, para discutir "a volta da circulação diária de trens para passageiros no trecho entre os municípios de Curitiba e Paranaguá", que ocorrerá às 11h, no auditório da Casa de Leis.

José Reis Juca, empresário e membro do movimento "Paranaguá vai à luta", que está atuando em prol da volta do trem junto com o movimento "Acorda, Morretes", ressalta que a audiência pública é fruto desta mobilização apartidária em diálogo junto ao deputado estadual Ney Leprevost e à Assembleia Legislativa. "A Rumo reduziu a quantidade de viagens de trens para Morretes. Nisto se iniciou uma mobilização de moradores em Morretes contra a empresa, visto que houve reclamações também por parte do trem fechar fluxo em algumas ruas e não deixar passar carros de socorro. Já seriam feitas audiências para discutir o impacto da Rumo na cidade. Como eles reduziram a circulação do trem turístico, a comunidade se organizou mais ainda para a volta do trem", explica.

De acordo com Juca, houve diálogo entre Paranaguá e Morretes através dos movimentos em prol da volta do trem de passageiros. "É também uma questão de passageiros a preço justo, vai além da empresa, que é detentora junto com a Rumo. Eles querem não só a volta do trem, eles querem o trem de passageiros com tarifas abaixo do preço de passagens rodoviárias, visto que o custo do modal ferroviário é mais em conta do que o rodoviário, corresponde a 1/7 do valor que custa o transporte através de rodovias. Teve uma primeira discussão em audiência pública de reativação do ramal entre Curitiba a Paranaguá", completa.

QUESTÃO CONTRATUAL

"A nossa expectativa é saber como está a questão contratual, trabalhamos com as informações que a ANTT dará para a gente. A ANTT tem o contrato firmado com a Rumo e ela pode nos falar a situação contratual atual. No caso dos movimentos não estarem satisfeitos com o que for informado, procuraremos outras instâncias para discutir isso. A audiência é apenas para conversar, é mais para ouvir do que falar", explica o empresário. Segundo ele, o fim da circulação diária do trem de passageiros ao litoral afeta todo o setor turístico da região. "Este passeio está entre os 10 melhores passeios de trem do mundo. É um atrativo a mais para a região. Os empresários de Morretes sentiram bastante, conforme foi repassado também via Adetur. Havia um movimento na quarta-feira de 100% nos restaurantes, o que agora só ocorre no fim de semana", complementa Juca.

"Para uma família descer de trem custa cerca de R$ 95,00, é um passeio caro. Se pensarmos que 90% dos turistas são de Curitiba, precisando ir e voltar, é mais caro ainda. Se você tiver uma tarifa justa e o trem vier até Paranaguá, por mais que a gente saiba do grande fluxo em Morretes, mas alguma coisa virá para Paranaguá, assim teremos um efeito positivo em cadeia, fazendo a cidade e os comerciantes se prepararem melhor", explica José Juca.

"O movimento é totalmente apartidário. Estamos tomando cuidado nesse sentido. É algo comunitário, passamos isso para todas as entidades, Câmara, prefeitura, temos conversado e queremos que quem está nos ajudando venha junto, mas sem servir de palanque para ninguém", diz.

ABAIXO-ASSINADO

De acordo com José Reis Juca, está circulando em toda a cidade um abaixo-assinado nos restaurantes, colégios e faculdades, pedindo a volta do trem de passageiros diariamente ao litoral. São necessárias cerca de 15 mil assinaturas, sendo que atualmente o documento conta com cerca de duas mil assinaturas. O telefone para obter acesso ao abaixo-assinado é o (41) 99248-5382 e a página no Facebook para mais informações sobre o caso possui o nome de "Paranaguá vai à luta", disponível no link https://www.facebook.com/groups/1074446262695627/ .

ASSOCIAÇÃO DE RESTAURANTES E SIMILARES DE MORRETES AFIRMA QUE FATURAMENTO CAIU EM 80%

Maurício Laffitte, empresário e diretor da Associação dos Restaurantes e Similares de Morretes, afirma que a expectativa é que os empresários e força política paranaense reúnam informações na audiência pública para reverter a questão do fim da circulação diária do trem de passageiros ao litoral, podendo pressionar também a esfera federal a rever o caso junto à ANTT, que alterou a conceituação da vinda do trem para "transporte eventual".

"Havia algumas empresas e restaurantes que fizeram contratos com empresas turísticas. O movimento deles dependia da vinda diária do trem de passageiros, bem como com empresas fazendo transporte de retorno passando por Paranaguá, visitando o Aquário e a Ilha do Mel, por exemplo. Esta concentração ocorria em alguns restaurantes, que inclusive já estão demitindo funcionários por causa da queda no movimento", complementa Laffitte.

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