A escolha é nossa

Uma das coisas mais belas que Deus nos legou é o livre arbítrio. Temos a liberdade de escolha, de julgamento, de fazer o que bem entendemos de nossa vida. Porém, Deus juntamente com o livre arbítrio nos deu uma outra coisa que se chama responsabilidade. Somos responsáveis pelas nossas escolhas e por nossas ações.

Um exemplo claro disso é o que disse o sábio Salomão: "Segue pelos caminhos do teu coração e pelo desejo dos teus olhos. Porém sabe que Deus te trará a juízo por todas estas coisas". (Eclesiastes 11.9b) Liberdade traz consigo responsabilidade.

Embora tenhamos o livre arbítrio, fomos criados com um propósito definido. Deus ao nos criar, nos fez para sua honra e glória. Quando seguimos o propósito para o qual fomos criados, nos realizamos, porém, se nossas escolhas ferem esse propósito, sofremos as consequências e temos que prestar contas sobre o que fizemos com a nossa vida.

Pensando sobre isto, me veio à mente o seguinte: somos como um objeto que foi criado com uma finalidade pelo seu criador, mas que nas mãos de outras pessoas acaba sendo usado para outros fins. Acerca disso, me lembro de um episódio que bem pode ilustrar essa verdade.

Em minhas férias em Serra Negra, fui pescar de tarrafa com os irmãos  Geninho, Valdir e Bento. Em uma tarrafada, ao invés de peixe, veio preso na tarrafa um pedaço de madeira todo retorcido e corroído, bem exótico. Antes que o tarrafeiro o atirasse de volta ao mar, olhei para aquele pedaço de madeira e imediatamente me veio à mente a possibilidade de aproveitá-lo de forma ornamental. Pude imaginar uma bela orquídea plantada nele. O separei, antes que o devolvessem ao mar, o lavei e pude ver, ainda mais, a bela obra de arte que a natureza havia entalhado ao longo de anos. Chegando na casa onde estava hospedado, coloquei-o no sol para secar. Eu tinha uma finalidade certa para aquele pedaço de madeira. Ele iria ornamentar o jardim de minha casa.

Um dia antes de terminar as minhas férias, peguei a peça  de madeira e deixei-a na varanda, para que não a esquecesse. No dia seguinte, quando colocava as malas no carro, comecei a procurar o pequeno tronco de madeira e não o encontrando, perguntei à irmã Noemi, minha hospedeira, se ela não o havia visto. Ela olhou para mim e disse: Era um pedaço de madeira todo torcido e oco? Eu disse que sim. Ela sorriu e disse: Eu aproveitei ele para acender o fogo, tava tão sequinho.

Podemos fazer de nossa vida algo que atenda ao propósito do criador ou então simplesmente o nosso propósito. Transformá-la em uma escultura que honre o seu criador ou queimá-la transformando-a  em cinzas. A escolha é nossa.

 

 

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