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Segurança

Taxistas relatam assaltos que sofreram em Paranaguá

Situação é bastante corriqueira e deixa profissionais sujeitos à violência

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O número de homicídios no litoral somente neste início de 2018 tem assustado os moradores. O casal suspeito de assaltar e atirar no taxista Leonardo Mamede, de 55 anos, que não resistiu aos disparos e faleceu na madrugada do último sábado, 24, já havia assaltado outro taxista na noite anterior. Apesar de o assunto ter repercutido só agora, não é raro encontrar motoristas que já passaram até mais de uma vez por situações semelhantes.

O taxista José Ricardo Martins trabalha como motorista desde 2012 e afirmou que a categoria enfrenta assaltos frequentes. “Não me lembro de outro taxista que tenha morrido após um assalto, mas já fui assaltado duas vezes durante a noite, quando é mais fácil deles nos abordarem porque tem menos pessoas nas ruas. Olhando para uma pessoa, não conseguimos deduzir se ela é do bem ou do mal”, observou José.

O medo de ser novamente assaltado faz com que os motoristas estejam alerta o tempo todo e, principalmente, na hora de embarcar o passageiro

 

Na primeira vez que foi assaltado, um homem o abordou e perguntou se ele tinha troco para R$ 100,00. O taxista disse que sim e o homem entrou no carro, pediu para seguir até uma rua escura e sem movimento. “Ele falou para eu não reagir e pediu para eu passar o dinheiro. Entreguei para ele e ainda disse que aquele dinheiro era minha primeira corrida da noite e ele me disse que hoje todo mundo estava precisando”, contou. Duas semanas depois, José foi surpreendido novamente pela mesma pessoa, mas conseguiu evitar o assalto parando em um posto de gasolina.

Na ocasião, José relatou que não fez o boletim de ocorrência. “Eu sou motorista, dependo do veículo, não sou dono do carro, por isso um minuto parado é tempo perdido”, declarou. O taxista disse ainda que não tem como discriminar quem pede uma corrida. “Peguei um passageiro uma vez que estava com tornozeleira eletrônica e não posso falar para ele não entrar no carro”, afirmou.

MEDO EXIGE MAIS ATENÇÃO

Há 15 anos Ariosvaldo Gomes Costa trabalha como taxista e, segundo ele, é difícil encontrar algum profissional que já não tenha sofrido um assalto em Paranaguá. Eu já fui assaltado às cinco horas da tarde, levaram meu carro e o abandonaram na Vila Alboit. Quase todos os taxistas já foram assaltados. Me levaram cerca de R$ 80,00 mas o susto é muito grande, fui parar no hospital. O nosso psicológico fica abalado”, contou Ariosvaldo.

Após o ocorrido, o taxista mudou o comportamento no trabalho e procura agora analisar melhor o passageiro antes de aceitar a corrida. “Temos que ficar atentos, mesmo em público, na rua, em qualquer momento”, disse.

De acordo com ele, intensificar o policiamento não irá oferecer mais segurança à categoria. “O País precisa de educação, precisamos começar tudo de novo, educar melhor as crianças, dar mais oportunidades, é preciso ter uma reviravolta. Antes, assaltos como este eram pontuais, relaxamos no sentido da educação e o reflexo estamos vivendo agora”, acredita Ariosvaldo.

 

 

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