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Segurança

Campanha conscientiza moradores sobre os perigos do uso de cerol

Em Paranaguá, neste mês, denúncias do uso do cerol surgiram nas redes sociais e uma delas foi repassada para a Folha do Litoral News (Foto: Divulgação)

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Secretário de Segurança, João Carlos Silva, destaca que uso do cerol é perigo constante à integridade física e à vida dos cidadãos

Não é de hoje que as autoridades alertam quanto aos perigos do uso do cerol, uma mistura de cola e vidro moído que é colocada em linhas de pipas para cortar outras “arraias” dos oponentes, o que acaba colocando em risco a vida e a integridade física dos cidadãos, visto que o material é extremamente cortante. Em Paranaguá, neste mês, denúncias do uso do cerol surgiram nas redes sociais e uma delas foi repassada para a Folha do Litoral News. Trata-se de uma ocorrência no bairro Nilson Neves, onde um ciclista teve seu nariz gravemente cortado na Rua das Rosas por um fio com cerol que ficou atravessado na via em plena tarde. A vítima teve que levar vários pontos no nariz e poderia ter sido pior caso o fio passasse no pescoço, podendo causar até a morte do homem, o qual possui 38 anos de idade. 

“É de interesse de nossa administração coibir quaisquer atos que venham causar danos à vida humana ou prejuízo ao patrimônio, por isso continuaremos engajados, mas precisamos de compreensão da comunidade, pois nosso serviço é cuidar do bem-estar das famílias parnanguaras e a orientação é para que as pessoas não soltem pipas com cerol e se atentem a questões de segurança não soltando pipas em dias nublados e de chuva, principalmente se houver relâmpagos, evitando brincar perto de antenas, fios telefônicos ou cabos elétricos, procurando locais abertos como praças e parques para a prática da atividade”, afirma o secretário municipal de Segurança, João Carlos Silva. 

De acordo com a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Segurança (Semseg), está sendo realizada uma campanha de conscientização com moradores e pelas redes sociais, com o intuito de prevenir e combater o uso do cerol em Paranaguá. “Entendemos que o uso do cerol é um assunto que ainda requer muita atenção em nossa cidade, desta forma neste primeiro momento a repressão não é bem-vinda, mas sim a educação e conscientização das famílias com relação aos males que podem ocorrer pelo uso indiscriminado do material”, explica a assessoria. “Colocamos o número 153 para denúncias ou reclamações relacionadas”, complementa. 

Apesar da importância da conscientização, vale ressaltar que quem usa o cerol ou o pai ou responsável que permite a utilização do material cortante por seus filhos está sujeito a ser punido pela Lei. “Os pais podem ser qualificados no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por descumprimento do dever de pátrio poder, ou seja, permitir que seus filhos brinquem com substâncias perigosas. O responsável pelo uso de cerol pode responder judicialmente também pelo artigo 132 do Código Penal que discorre sobre o ato de colocar a vida de outra pessoa em perigo”, informa a Semseg.

PATRULHAMENTO E FORMA DE PRODUÇÃO DO CEROL

“É de interesse de nossa administração coibir quaisquer atos que venham causar danos à vida humana ou prejuízo ao patrimônio”, afirma o secretário de Segurança, João Carlos Silva 

De acordo com o município, a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza constantemente o patrulhamento em locais abertos como praças e parques de Paranaguá buscando uma abordagem amena, com base no diálogo e no esclarecimento aos praticantes da pipa de que o uso do cerol não deve ser feito. “Esclarecemos que o uso do material cortante pode causar danos muitas vezes irreversíveis, quando não acabam ocasionando o óbito”, informa a secretaria, ressaltando que a atividade de lazer com a pipa deve ser praticada em locais permitidos, sem uso do cerol e com responsabilidade. “É necessária a extinção do cerol”, alerta.

Segundo a prefeitura, a produção da linha com cerol ocorre de forma doméstica há muitos anos em Paranaguá, sendo poucos os comércios que possuem este tipo de material. “Até onde sabemos os praticantes preferem produzi-la manuseando a mistura da cola com vidro moído, pois entendem que atingem o ponto ideal para o corte de outra pipa durante as disputas que ocorrem. Sendo assim rejeitam o cerol fornecido por casas de vendas, mas posteriormente estaremos recomendando à secretaria responsável aplicar as sanções disciplinares aos comércios que porventura insistirem na comercialização do material e estaremos disponibilizando guardas civis para ações integradas de fiscalização”, explica a Semseg, destacando a importância da união entre as pastas para a fiscalização e combate ao uso do cerol.

RISCOS À POPULAÇÃO 

De acordo com a Secretaria de Segurança, há diversos riscos não só com relação ao uso ilícito do cerol, como também com o fato de soltar pipas em locais inadequados, dias de chuva e em locais com raios. “Importante alertar quanto ao uso de pipas perto de antenas, fios telefônicos ou cabos elétricos, assim como empinar pipa em cima de lajes e telhados, além de outros fatos mais graves como a utilização de linhas metálicas como fio de cobre e de bobinas ou mesmo o uso de pipas feitas com papel laminado, pois o risco de choque elétrico é grande”, detalha a assessoria.

Segundo a Semseg, caso a pipa enrosque em um fio, jamais a pessoa deve retirá-la. “Assim como nunca se deve usar canos, vergalhões ou bambus e evitar correr atrás de pipas, pois há de se ter muito cuidado com o trânsito, com ruas e lugares movimentados, principalmente quando andar para trás. Pode ter algum buraco na pista”, informa. “Há pouco tempo adquirimos o sistema informatizado de registro de ocorrências, o que irá nos fornecer dados mais precisos com relação à estatística de ocorrências desta natureza, então preferimos não informar ainda, pois os números poderão não coincidir com a realidade”, finaliza a pasta.

Linhas com cerol apreendidas pela GCM no último mês (Foto: Semseg/PMP)

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