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Religiosidade

Festa de São Benedito mantém tradição de 236 anos

Procissão percorreu as ruas centrais de Paranaguá no primeiro dia do ano

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Uma das tradições religiosas que faz parte da história de Paranaguá é a festividade em louvor a São Benedito. As novenas preparatórias foram realizadas de 23 a 31 de dezembro, reunindo a irmandade e devotos que tradicionalmente participam da programação. 

A festa teve o grande momento no dia 1.º de janeiro, com a procissão que percorreu as ruas históricas próximas à igreja. O diferencial da Festa de São Benedito é o fato de ser mantida por um grupo tradicional de devotos, o qual integra a irmandade.

De acordo com o Olavo Muniz de Carvalho, representante da irmandade de São Benedito, a tradição é mantida através de um grupo de devotos que vem de várias gerações.

“As novenas aconteceram até o dia 31 com a presença maciça dos devotos e visitantes. No dia 1.º, é o aniversário de São Benedito, é a data que ele deixa o altar, saindo em procissão para um pequeno trajeto na cidade e, ao final, fazemos o leilão tradicional com as prendas doadas pelos devotos. A arrecadação é revertida 100% na conservação da igreja, pois toda a manutenção está sob as expensas da minha família”, destacou.

Irmandade é tradicional e mantem a religiosidade

A tradição em Paranaguá acontece há 236 anos, sendo mantida por uma irmandade que é devota ao santo, padroeiro dos negros e dos cozinheiros. São Benedito é um dos santos mais populares no Brasil, com inúmeras paróquias por todos os lugares inspiradas em seu modelo de humildade e caridade. Em Paranaguá, a igreja está em atividade desde 1784, possuindo altar esculpido em madeira original da época.

DEVOTOS FALAM SOBRE  A FÉ EM SÃO BENEDITO

Neuza Pereira da Silva, aposentada, de 79 anos, acompanha a procissão desde criança. “Papai tinha carteirinha de membro da irmandade. Ele era muito devoto e eu cresci em meio a essa fé que sempre nos fortaleceu. São Benedito para mim é meu santo protetor. Ele me ampara e me consola. Já perdi muitos parentes, inclusive dois netos. Graças a São Benedito tenho forças para continuar”, destacou a devota.

 

Elzira Zella participa da procissão desde 1945. “Eu herdei a fé da minha mãe, ela era devota e participava das novenas e da procissão. Sou bisneta de escravos e aprendi em casa a respeitar o santo que muito fez pelos mais humildes. Hoje continuo com as lições que aprendi”, ressaltou.

 

Ericleia Lobo, de 79 anos, mora atualmente na Vila Guarani, mas foi criada no centro da cidade. “Eu nasci e me criei na Rua Conselheiro Sinimbu. Então desde criança já frequentava a igreja. Não sou católica, mas a  fé em São Benedito faz parte da minha vida. Me identifico com as lições que foram deixadas por São Benedito”, contou.

 

Miriam Cicarello, de 72 anos, é outra devota que tem muitas histórias para contar. “Participo da procissão há muito tempo. Sou devota porque ele é um santo que prega a humildade, ele nos ensina a repartir com o próximo. Sou devota e fortaleço minha fé sem nunca esquecer seus ensinamentos”, apontou.

 

Festividade finaliza com o leilão de prendas

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