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Política

Beto Richa, ex-governador do Paraná, é preso

Beto Richa é alvo de duas operações: uma realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pela qual foi preso, e outra da Polícia Federal (PF), em uma nova fase da Operação Lava Jato

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Procurador do Gaeco: “A investigação não é feita de forma a inibir, perseguir ou dificultar candidatos ou candidaturas”

O ex-governador do Paraná, Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso na manhã de terça-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba, no Paraná.

Beto Richa é alvo de duas operações: uma realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pela qual foi preso, e outra da Polícia Federal (PF), em uma nova fase da Operação Lava Jato. Na 53.ª etapa da Lava Jato, a casa de Beto Richa foi alvo de mandado de busca e apreensão.

 

OPERAÇÃO DO GAECO

A investigação do Ministério Público do Paraná (MP/PR), por meio do Gaeco é sobre o programa do Governo Estadual Patrulha do Campo, que faz a manutenção das estradas rurais. A operação foi batizada de "Rádio Patrulha".

 

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Vídeo: Divulgação MP/PR

 

O QUE DIZ O MINISTÉRIO PÚBLICO

De acordo com o MP-PR, a investigação apura o pagamento de propina a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. O MP-PR não informou quais suspeitas caem sobre Beto Richa.

Como a caso está sob sigilo, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, não pode detalhar a operação "Rádio Patrulha". O montante de dinheiro envolvido na operação, por exemplo, também não foi informado.

Batisti explicou que o programa Patrulha do Campo era um serviço que consistia na locação de máquinas pelo Governo do Paraná para a conservação de estradas rurais.

"As prisões são de caráter temporário, foram expedidas pelo juiz de Curitiba, da 13.ª Vara Criminal e ao mesmo tempo também estamos cumprindo 26 mandados de busca e apreensão, que incluem residências, escritórios e inclusive o escritório político do ex-governador, além do próprio DER e empresas", afirmou Batisti.

 

INVESTIGAÇÕES DO MP

“O ritmo de investigações é próprio. O Ministério Público não pode, quando investiga, se dar ao luxo de aguardar determinados eventos sob pena de nós em determinado tempo tirarmos férias ou de aguardar outra oportunidade. Nós sabemos do significado do período eleitoral e das intercorrências que dele deriva. No entanto, a investigação do Gaeco tem um ritmo e não é feita de forma a inibir ou perseguir ou dificultar candidatos ou candidaturas ou obter simpatias para outras posições”, destaca Batisti.

 

53.ª FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Batizada de "Piloto", a 53.ª etapa da Lava Jato cumpriu 36 mandados judiciais em Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupionópolis (PR) Colombo (PR) e Curitiba (PR).

O codinome "Piloto", de acordo com a força-tarefa da Lava Jato, se refere a Beto Richa na planilha da Odebrecht.

A investigação apura um suposto pagamento milionário de vantagem indevida em 2014 pelo setor de propinas da Odebrecht em favor de agentes públicos e privados no Paraná, em contrapartida ao possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da PR-323.

Ainda segundo a PF, os crimes investigados na atual fase são corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), empresários da Odebrecht realizaram um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que ele limitasse a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo.

Ex-governador e a esposa, Fernanda Richa, foram detidos em seu apartamento, em Curitiba (Foto: Nani Gois/ALEP)

 

DEFESA DE RICHA

A defesa de Beto Richa informou que até agora não sabe qual a razão das ordens judiciais e que ainda não teve acesso à investigação.

"Ele está muito bem, aguardando sereno. Sempre se dispôs a prestar qualquer esclarecimento à Justiça e também ao Gaeco. Não há razão para esse procedimento, inclusive, especialmente em período pré-eleitoral", afirmou a advogada do ex-governador, Antônia Lélia. Ela disse que deve ajuizar um habeas corpus.

 

Veja a lista dos mandados de prisão:

Fernanda Richa – esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social

Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete do ex-governador

Pepe Richa – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura

Ezequias Moreira – ex-secretário de cerimonial de Beto Richa

Luiz AbibAntoun – parente do ex-governador

Edson Casagrande – ex-secretário de Assuntos Estratégicos

Celso Frare – empresário da Ouro Verde

Aldair W. Petry

Dirceu Pupo – contador

Joel Malucelli – empresário J.Malucelli

Emerson Savanhago – empresário

Robinson Savanhago – empresário

Túlio Bandeira – advogado

André Felipe Bandeira

 

Receita Federal participa da Operação

A Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal deflagra ontem, 11, a Fase 53 da Operação Lava Jato denominada Operação “Piloto”, a fim de apurar o suposto pagamento de expressiva vantagem indevida no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas da ODEBRECHT, em favor de agentes públicos e privados no Paraná, em contrapartida ao possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da Rodovia Estadual PR-323 na modalidade Parceria Público-Privada.

As condutas investigadas podem configurar, em tese, os delitos de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

Participam pela Receita Federal nove auditores-fiscais e analistas-tributários em três alvos de Curitiba, desde esta madrugada, na execução de mais de 30 mandados de busca e apreensão, entre outros, determinados pelo juízo da 13.ª Vara Federal de Curitiba.

Coincidentemente, a operação acabou saindo no mesmo dia e com mesmos alvos com ação do MPPR GAECO.

Fonte: Assessoria de Imprensa Polícia Federal

Coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, explica detalhes da investigação

 

Governadora Cida reforça que criou a Divisão de Combate à Corrupção

A governadora Cida Borghetti não participou de qualquer um dos fatos alvos de operação policial na terça-feira, 11.

Ela demitiu o ex-chefe de gabinete do Governo do Estado, Deonilson Roldo, e extinguiu a secretaria especial que era ocupada por Ezequias Moreira.

A governadora reforça que criou a Divisão de Combate à Corrupção, que na terça-feira, 11, realizou operação de busca e apreensão dentro de uma investigação contra o crime de fraude à licitação.

A governadora Cida Borghetti reafirma que não admite desvio de conduta de funcionários e assessores do Governo do Paraná.

“Confio que a Justiça será feita”, afirma.

Da Assessoria do Governo do Paraná

 

Documentos apreendidos pelo Ministério Público do Paraná. Foto: Divulgação MP/PR

 

Nota de esclarecimento do DER-PR

Por determinação da governadora Cida Borghetti, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) informa que está colaborando com as operações do Gaeco e Lava Jato.

A direção do órgão foi substituída em abril de 2018 e não tolera práticas de corrupção. O órgão permanece à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

O DER-PR ressalta ainda que o programa Patrulha do Campo, iniciado em março de 2013, foi encerrado em julho de 2015. Já o contrato com a concessionária Rota das Fronteiras para a concessão do Corredor da PR-323 foi rescindido em maio de 2017, sem qualquer ônus para o Estado.

Fonte: DER/PR

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