Mulher leva golpe do recibo de pagamento falso em Paranaguá e perde R$ 45 mil

Na última semana, circulou nas redes sociais a notícia de que uma mulher de Paranaguá, com cerca de 50 anos, teria sofrido um golpe no qual teria sido hipnotizada por indivíduos através da simples leitura de um papel, onde a vítima teria sofrido um prejuízo financeiro e só se dado conta horas depois por estar fora de si, sendo que câmeras de monitoramento não teriam registrado o rosto dos envolvidos por terem sido supostamente hackeadas. De acordo com a Polícia Civil, a história não procede e o golpe realmente ocorreu, mas foi diferente e sem nenhuma hipnose, mas sim lábia. 

Um trio, no centro de Paranaguá, no dia 16 de março, utilizando um indivíduo que se passava por analfabeto com um recibo falso para receber supostamente R$ 1 milhão, atuou em um verdadeiro teatro do crime, pedindo ajuda para a vítima e afirmando que iria repassar 10% do valor, caso ela o ajudasse a sacar o dinheiro total, porém ela precisaria dar uma garantia de R$ 45 mil para não “fugir” com os recursos. A mulher entregou a alta quantia de dinheiro à quadrilha, que afirmou que precisaria ir até a casa da vítima que deveria dar um comprovante de residência para emissão do recibo. Quando a mulher entrou em casa, o Gol branco da quadrilha saiu em fuga, foi só aí que a vítima se deu conta do golpe. 

ENTENDA A HISTÓRIA

Primeiramente, a assessoria da Polícia Civil afirma que as histórias do “bilhete hipnotizador” e de alteração de imagens de câmera de segurança “não procedem”. “Quando a vítima compareceu à delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência referente à situação, ela relatou toda a ação criminosa com detalhes – o que não aconteceria se ela estive sob efeito de hipnose ou de qualquer outra substância que a fizesse perder os sentidos”, explica a Polícia Civil. 

“Conforme o relato da vítima no caso em questão, o golpista se identificou como uma pessoa de baixo grau de instrução e abordou a vítima solicitando ajuda para que ela lesse um falso recibo, no valor de R$ 600 mil. Nesse momento, o comparsa do golpista se aproxima – como se não o conhecesse – sob o pretexto de ajudar também. A vítima relata a situação a ele, que se coloca à disposição para prestar auxílio. Momento em que é sugerido que se desloquem até a pessoa com quem o golpista, até então homem de baixo grau de instrução, deve retirar o dinheiro. 

Esse suposto pagador é uma terceira pessoa envolvida no crime. O trio trabalha junto para convencer a vítima e aplicar o golpe. Quando chegam até o terceiro envolvido, ele exclama que na verdade deve R$ 1 milhão e esse é o valor que o proprietário do recibo tem para receber. Diante do fato, o golpista propõe dar 10% do valor, caso a vítima continuasse o ajudando, mas pede que ela lhe dê uma garantia de que não irá sumir com toda a quantia e a convence de sacar R$ 45 mil”, informa a Polícia Civil.

O fim do golpe ocorreu quando a mulher efetuou o saque e entregou a quantia grande de dinheiro ao homem, supostamente analfabeto. “Feito isso, ele disse que iria emitir um recibo em nome da mulher e precisava de um comprovante de residência – todos se deslocaram, em um Gol branco, até a casa da vítima para buscar esse tal comprovante, e quando ela entrou, os golpistas fugiram de posse do dinheiro da mulher. Foi registrado um Boletim de Ocorrência, no mesmo dia em que ocorreram os fatos”, informa a assessoria da Polícia Civil. 

De acordo com a autoridade policial, o golpe em questão é semelhante ao “bilhete premiado” e é muito comum no Paraná. “A equipe segue em diligências para identificar os três envolvidos na ação criminosa. A orientação é para que as pessoas não confiem na promessa de dinheiro fácil e qualquer desconfiança que tenham relacionada a qualquer negócio semelhante ao que foi relatado, deve imediatamente procurar a polícia antes de realizar qualquer saque e pagamento para terceiros”, finaliza a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná.