Impunidade e Fatalidade

Lá no dicionário… Impunidade: estado de impune; falta de punição, de castigo. Fatalidade: destino que não se pode evitar; fado, fatalismo. A questão ambiental tem trazido muito o debate sobre estas duas palavras. Ligamos a televisão ou acessamos a internet e vemos especialistas em meio ambiente tentando explicar os acidentes, crimes e outras notícias de maneira bastante preocupante. Preocupante porque ainda falta à humanidade a humildade para entender que a força da natureza é imensamente superior a inteligência humana e nada pode detê-la.

Uma parte dos desastres ambientais são ocorrências de uma fatalidade. Não podemos deter uma erupção vulcânica e nem mesmo evitar que a mesma traga danos gravíssimos para a fauna e flora de uma região. Tsunamis causam impactos incríveis assim como furacões e outros fenômenos climáticos. Este rol de fenômenos é fatal. Não podemos evitá-los e nos compete entender o nosso tamanho no universo.

Já outros desastres ambientais são ocorrências ligadas à impunidade e nos trazem castigos. Como pode uma barragem com rejeitos de minério romper mesmo tendo licença ambiental vigente? Como pode um navio carregado de óleo explodir mesmo tendo autorização para este transporte? Como pode um duto de uma refinaria derrubar material tóxico em plena Mata Atlântica? Como pode uma pousada ficar soterrada após o desmoronamento de um morro?

Existe algum responsável por tudo isso? Sim temos dois. O tal do “jeitinho brasileiro” e a tal da “gambiarra”. Se tivéssemos maior responsabilidade técnica diminuiríamos sobremaneira as chances de eventos como os descritos no paragrafo acima ocorrerem. Culpar São Pedro por chuvas excessivas e pelos prejuízos causados pelas mesmas parece loucura ao invés de entendermos definitivamente que estamos de alguma maneira contribuindo negativamente para a condição climática do planeta, ocupando regiões de risco, deixando de seguir normas técnicas de segurança em nome da economicidade e principalmente deixando de pensar que estamos apenas de passagem nesta nossa casa redonda que vaga pelo espaço.