Organização alega problemas e não realiza debate

Estava programado para acontecer na noite de quarta-feira, 28, um debate envolvendo os candidatos à Prefeitura de Paranaguá. O evento deveria ocorrer no plenário da Câmara dos Vereadores com a presença de todos os sete candidatos. No entanto, no final da tarde de ontem, um comunicado oficial informou o cancelamento do debate.

Os motivos alegados pela Comissão Organizadora, a qual ficou a critério de radialistas das emissoras Ilha do Mel FM, Rádio Massa, Rádio Difusora de Paranaguá, além da blogueira Luciane Chiarelli e do site Cidadão em Ação, foi de que a Câmara Municipal de Paranaguá, embora cedendo o espaço, exigiu que os organizadores do debate se responsabilizassem civil e criminalmente  pelas pessoas,  segurança do prédio, seus equipamentos e todas as instalações. De acordo com a nota encaminhada pelo radialista Alex Vizine, a Câmara dos Vereadores teria se negando a  dar qualquer apoio ao debate.

 

JOZIAS LEMBRA DOCUMENTO ASSINADO

A presidência da Câmara de Vereadores de Paranaguá se defende das acusações afirmando que a solicitação do espaço foi feita pelos profissionais da imprensa, Carlos Eduardo Moccia (Rádio Massa FM) e Ronaldo Cristiano Martins (Rádio Difusora de Paranaguá), os quais assinaram um documento, na terça-feira, 27, se responsabilizando pela segurança geral do espaço, bem como dando a garantia da segurança das pessoas presentes, além de toda a estrutura do prédio público. “Todos os organizadores sabiam, previamente, que as regras para a cessão do local implicaria na responsabilização de diversos quesitos, incluindo a estrutura do prédio, seus equipamentos e as pessoas envolvidas. Nos causa estranheza o fato de uma nota alegar que teríamos negado apoio ao debate, pelo contrário, acatamos o pedido de cessão do espaço, ele foi colocado em votação e aprovado por todos os demais vereadores, porém é um procedimento normal que a pessoa que solicita o espaço se responsabilize por ele”, disse o presidente da Câmara dos Vereadores, Jozias de Oliveira Ramos.

 

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A nota da Comissão Organizadora do debate mencionou, ainda, que a não realização do debate aconteceu em virtude do não comparecimento de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de Paranaguá. A presença da OAB, de acordo com o texto da nota, seria para julgar direito de resposta dos candidatos, mas a instituição declinou do convite. “Lamenta-se essa ausência, porque é  inestimável e indispensável para o bom andamento dos trabalhos, ainda mais porque, em outros debates, já acontecidos nesta cidade, essa instituição marcou presença, sendo ela de fundamental importância para o evento”, complementa o texto enviado pela Comissão Organizadora.

 

OAB EXPLICA

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Paranaguá, por meio da presidente da Comissão Eleitoral do órgão, Claudia Christina Castellain, explicou os motivos pelos quais a OAB Paranaguá decidiu não participar do debate que seria realizado na Câmara dos Vereadores de Paranaguá. “A decisão em não comparecer aconteceu em decorrência dos seguintes motivos: não havia clareza a respeito das regras do debate; não havia a garantia da segurança do evento, tanto para os participantes como para o público presente, além disso, o convite nos foi enviado sem que sequer soubéssemos quem seriam as pessoas organizadoras do tal evento. Em razão de tudo isso, decidimos, de forma unânime, não participar do debate”, detalha a advogada Claudia Castellain. O convite enviado para OAB aconteceu somente às 18h de segunda-feira, sem que as regras fossem previamente explicadas a OAB Paranaguá.

 

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Para analisar as questões referentes às eleições municipais, a OAB instituiu uma comissão interna, a qual fazem parte os seguintes advogados: Cláudia Cosmo, Gilmara Gastalon, Daniel Cabral e a presidente da comissão Claudia Christina Castellain. O presidente da OAB Paranaguá, Nazareno Vilarinho Pioli Filho, não faz parte da comissão. A respeito do fato de a OAB ter participado do debate promovido pela Mitra Diocesana, a doutora Cláudia Christina Castellain fez questão de lembrar que, naquele evento, todas as regras foram amplamente discutidas e previamente acordadas como todos os envolvidos, bem como havia conhecimento de todos os envolvidos na organização. “Foi o único debate em que participamos em razão de ele ser feito com a transparência que se espera de um evento tão importante para a democracia”, ressalta. 

Por fim, os organizadores do debate dizem que “a democracia lamenta o cancelamento. Estamos às vésperas do dia em que decidiremos os destinos de nossa amada e querida cidade. Seria importante que cada candidato pudesse comparecer para prestar esclarecimentos a todos os eleitores”, conclui a nota.

 

PIOLI SE PRONUNCIA

O candidato do Partido Social Cristão, André Pioli, disse ter ficado profundamente decepcionado com o fato do cancelamento. Segundo ele, houve falta de coragem dos adversários e seus patrocinadores. “Trata-se de covardes, ladrões do dinheiro público de muitos e muitos anos que quando são desafiados a falar a verdade fogem e se acovardam. Teríamos um debate para falarmos a verdade sobre as verdadeiras propostas para melhorar a vida dos parnanguaras, na contramão de tudo aquilo o que eles fizeram nos últimos 24 anos, se acovardam. Esta situação foi premeditada para que eu não fosse no debate e, por isso, suas justificativas de cancelamento foram tão infundadas, mas deixo meu recado à população de Paranaguá dizendo que eu debati com a população, nos últimos oito anos, andando de casa em casa, de porta em porta, falando o que eu gostaria de fazer para melhorar a vida da população de Paranaguá”, declarou Pioli.