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Mulher

Atividade portuária tem cada vez mais a participação feminina

A engenheira civil, Érica Chin Lee, aos 29 anos, chefia a Divisão de Engenharia da APPA (Foto: Appa)

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Trabalho no setor portuário era considerado predominantemente masculino

Um mercado considerado predominantemente masculino até alguns anos atrás, a atividade portuária conta cada vez mais com mulheres atuando em diversos setores, não só na área administrativa como também operacional e técnica.

Apenas na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) 54 mulheres integram o quadro de colaboradores nas mais variadas funções. A engenheira civil, Érica Chin Lee, aos 29 anos, chefia a Divisão de Engenharia da APPA. Ela conta que, apesar de encontrar dificuldades de aceitação em algumas situações – pelo fato de ser mulher e ocupar uma função de chefia, o desafio diário é compensador.

“Gosto muito de trabalhar em equipe e na área de engenharia os homens são predominantes, práticos e diretos. No entanto, as minhas ideias não são aceitas com a mesma facilidade que são aceitas as de um homem, por exemplo”, relata Érica.

Ela diz ter aprendido que o reconhecimento do seu trabalho está diretamente ligado à sua capacidade técnica e à habilidade de lidar com as situações. “Coloco a mão na massa, vou ao cais do Porto, acompanho e fiscalizo obras e não posso demonstrar fraqueza nem frescura. Aos poucos as mulheres estão ganhando espaço e respeito neste setor. A minha nomeação como chefe de engenharia comprova isso”, relatou Érica.

APRENDER E ESCUTAR 

Nathalia Gallo Bellinelo da Palma. Aos 28 anos, ela é chefe do Departamento Financeiro da APPA (Foto: Ivan Bueno/APPA)

Outra jovem mulher que atua em um cargo de chefia nos Portos de Paranaguá e Antonina é a economista e administradora, Nathalia Gallo Bellinelo da Palma. Aos 28 anos, ela é chefe do Departamento Financeiro da APPA.

Por seu setor passam todas as contas a receber da Administração dos Portos, contas a pagar de todos os contratos de serviços, investimentos realizados pelo porto, compras de materiais e demais pagamentos internos como salários dos funcionários, e a contabilidade da empresa. Além disso, a gestão dos recursos públicos da APPA é de grande responsabilidade e também passa pelo setor da Nathalia.

“Quando entrei, já tinha liderado equipes de trabalho multidisciplinares. Além de mulher, sou uma das mais novas pessoas do setor, onde atuam profissionais com conhecimento enorme na área portuária. Porém, nunca senti que isso era um problema”, conta. “Para conseguir dar o apoio necessário que meu time precisava, me dediquei a aprender com eles e escutá-los, e com isso ir atrás de soluções para as nossas necessidades do dia a dia. Hoje, temos um departamento que funciona harmonicamente”, relata Nathalia.

ÚNICA MULHER NA BAÍA

Vanessa das Graças Moraes, de 33 anos, é a única mulher que atua na profissão de Prática na baía de Paranaguá 

Vanessa das Graças Moraes, de 33 anos, é a única mulher que atua na profissão de Prática na baía de Paranaguá. Ela integra um time formado por apenas 15 mulheres, em um universo de 700 Práticos em todo o Brasil.

Prático é o profissional autônomo que presta serviço obrigatório, regulamentado pela Marinha do Brasil e que orienta o comandante da embarcação para rotas seguras de navegação, nas manobras de entrada ou saída de portos, bem como a atracação e desatracação dos navios. Nunca houve restrições para o ingresso de mulheres na carreira, mas, talvez, por causa das especificidades da profissão, o interesse do público feminino, até então, tenha sido menor.

Filha de lavradores e nascida em Altônia, no Paraná, Vanessa conta que entrou na profissão motivada pelo desejo de trabalhar no mar. Aos 18 anos ingressou na escola de oficiais da Marinha Mercante, formou-se e navegou durante quatro anos a bordo de um navio tanque, com 278 metros e carregado de óleo. Em 2012, Vanessa passou no concurso para se tornar Prática no Rio Grande do Norte. Dois anos mais tarde, na tentativa de ficar mais perto da família, fez o concurso para praticagem em Paranaguá e, novamente, passou.

Desde 2015 comandando manobras no segundo maior porto do Brasil, Vanessa diz que o principal desafio da profissão é eliminar o preconceito existente. “Muitas pessoas acreditam que uma mulher não pode exercer este tipo de atividade ou não tem capacidade para a função”, afirma Vanessa.

Ela conta que, a cada vez que sobe em um navio, é possível perceber a preocupação do comando em relação ao seu desempenho profissional. “Sinto que, antes de executar o trabalho, há aquela dúvida sobre a eficiência e a segurança da manobra que vou executar”, destacou.

Para as mulheres que têm o sonho de se tornar uma Prática, Vanessa lembra que não existe legalmente nenhum impedimento para o ingresso do público feminino na profissão. “É uma profissão peculiar porque é muito dinâmica. Em cada manobra existem diferentes variáveis, entre elas, as condições climáticas, fatores operacionais do próprio navio, o cenário da navegação, entre outros. No entanto, as mulheres podem desempenhá-la com louvor”, enumera Vanessa.

GESTOR

Shana Bertol, advogada e diretora executiva do OGMO de Paranaguá

A advogada, Shana Carolina Bertol, de 37 anos, é diretora executiva do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), criado por lei federal, formado e mantido por todos os operadores portuários de Paranaguá.

Dentre suas principais atribuições está a de administrar o fornecimento da mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso ao operador portuário. O OGMO também arrecada e repassa aos beneficiários os valores devidos pelos operadores relativos à remuneração do trabalhador portuário avulso.

Shana atua há oito anos no OGMO e desde outubro de 2017, ocupa o cargo de Diretora Executiva. A gestão de pessoas e a resolução de conflitos é um grande desafio, no órgão que tem como função primordial regular as condições de trabalho portuário.

“Conciliar o papel de executiva, esposa, mãe e filha, não é uma tarefa simples. Desse modo, coloco como desafio diário administrar o tempo, que é escasso”, relata.
Sobre estar em um meio onde os homens prevalecem, ela acredita que isso não interfere no reconhecimento profissional.

“Independente do gênero, quando você gosta do que faz consegue se destacar e alcançar o reconhecimento profissional”, afirma Shana, que diz esperar contribuir cada vez mais com o cargo que ocupa, buscando excelência na gestão de mão de obra avulsa.

APPA/AEN

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