conecte-se conosco

Meio Ambiente

Tartarugas são encontradas mutiladas em praias de Pontal do Paraná

“Esta situação preocupou toda a equipe e os órgãos ambientais pela situação de maus-tratos ao animal e pelo crime associado a estas práticas”, afirma a assessoria do LEC da UFPR (Foto: LEC/UFPR)

Publicado

em

Equipes do PMP-BS e do LEC da UFPR encontraram várias carcaças que teriam sido mutiladas com uso de faca

Durante a última semana, equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) encontraram nas praias de Pontal do Paraná inúmeras carcaças de tartarugas marinhas mutiladas. Segundo as equipes de profissionais da área de biologia, os animais teriam sido cortados com uma faca de maneira "organizada", sendo eles recolhidos posteriormente para análise veterinária, aonde foi confirmado corte intencional para retirada de carapaça e musculatura associada da tartaruga.

"Esta situação preocupou toda a equipe e os órgãos ambientais pela situação de maus-tratos ao animal e pelo crime associado a estas práticas", afirma a assessoria. Segundo os pesquisadores, os maus tratos ficam configurados porque as tartarugas muitas vezes se emalham em rede de pesca e desmaiam, parecendo estar mortas, porém isso não ocorre. "O procedimento simples de deixá-las descansar e auxiliá-las a expelir a água seria suficiente para salvá-las. No entanto, se as pessoas acharem que o animal está morto, a mutilação poderia ter ocorrido com o animal ainda vivo", explica a assessoria da UFPR.

Segundo o LEC da UFPR, a situação é criminosa, pois fazer uso de recursos e partes da tartaruga e outras espécies ameaçadas, mesmo que estejam mortos, infringe leis federais de proteção à fauna. "A caça e consumo de ovos, carne e produtos derivados foi o principal impacto sobre as populações de tartarugas marinhas durante muitos anos culminando no declínio drástico das populações mundiais. Para algumas espécies, o comércio de produtos derivados da carapaça ainda é a principal ameaça às populações. No Brasil, a lei de crimes ambientais N.º9.605 proíbe a captura, morte, coleta de ovos e molestamento de fauna silvestre. São previstas multas e pena de prisão para quem infringir a lei. No caso das tartarugas seria cabível uma multa de R$ 5.000 por animal/carapaça coletada", explica a assessoria.

"Esta situação é grave, pois o impacto devido à mortalidade e exploração de partes das tartarugas marinhas por atividades humanas, assim como a degradação do habitat destes animais, são responsáveis pela inserção das tartarugas marinhas em diversas listas estaduais, nacionais e internacionais de fauna ameaçada de extinção. Para assegurarmos a conservação das tartarugas marinhas, precisamos proteger os animais e garantir a efetividade de nossas leis. Faça a sua parte! Não retire da natureza nenhum exemplar ou parte de alguma espécie ameaçada! Ainda, lembre que ao retirar a carapaça das tartarugas marinhas, está impedindo que nossa equipe técnica tenha acesso as informações de causa de morte do animal e outros impactos que afetam o animal e a nossa avaliação da qualidade do ambiente marinho. Caso você aviste uma tartaruga, golfinho ou ave marinha morta ou debilitada entre em contato com a nossa equipe através do telefone: 0800 642 3341"< finaliza a assessoria do LEC da UFPR.

Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas para a Polícia Ambiental através do telefone 181 ou 190.

*Com informações do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR).

Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress