Mais de 600 animais marinhos foram encontrados encalhados nas praias do Paraná em seis meses

Em seis meses, pesquisadores que atuam no litoral do Paraná constataram cerca de 670 animais encalhados no litoral do Paraná em seis meses, enquanto a média neste período é de 580 animais. Entre eles estão lobos-marinhos, golfinhos, baleias, tartarugas, aves oceânicas e costeiras. A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que no Paraná é executado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR), monitora as praias diariamente em busca de animais encalhados e atende acionamentos para ocorrências de fauna.

O laboratório explicou que o elevado número de animais vivos ou mortos direcionados para as praias se deve, principalmente, a ventos intensos em direção à costa e à presença de frentes frias na região. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 18 frentes frias que potencializam a chegada desses animais até o Paraná.

Os animais debilitados são recolhidos pelas equipes do laboratório e encaminhados para receber atendimento veterinário. As espécies marinhas que chegam até o litoral paranaense são migratórias. Algumas percorrem, inclusive, longas rotas, como é o caso das baleias-jubarte que vêm da região da Antártica, assim como aves do hemisfério norte e pinguins-de-Magalhães provenientes do sul da Argentina.

Os animais podem vir tanto para se alimentar como para reprodução. Além disso, outros ainda se agregam na região devido às temperaturas muito frias presentes nas áreas mais ao sul.

PARADA PARA DESCANSO

Segundo informações divulgadas pelo laboratório, algumas espécies também chegam ao litoral do Paraná para descansar, como o lobo-marinho. “Esta espécie, como todas as demais, pode encalhar em nossas praias devido à exaustão da migração, ferimentos, desidratação, desnutrição ou mesmo com alguma patologia”, informou o LEC/UFPR.

No dia 21 de julho, um lobo-marinho-do-sul foi encontrado descansando na faixa de areia no balneário Ipacaraí, em Matinhos. Segundo os pesquisadores, a espécie possui hábito migratório e, na época do inverno, se desloca do Sul da Argentina e Uruguai ao longo da costa brasileira, em busca de alimento.

“Como o animal estava com boa condição de saúde, os médicos veterinários o mantiveram na praia apenas sob supervisão. Caso o mesmo demonstrasse um quadro de debilitação, seria manejado e deslocado para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna Marinha da UFPR”, divulgou o LEC.

COMO AJUDAR

Quem localizar algum animal encalhado nas praias do Paraná (mamíferos, tartarugas ou aves marinhas) deve entrar em contato com a equipe do projeto ou comunicar diretamente o Centro de Estudos do Mar (CEM), localizado no balneário de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná. Os telefones para contato são 0800-642-3341 ou (41) 3511-8671.

 

Com informações do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR)