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Marcello Richa

Incentivo às artes marciais

Quando era criança costumava ser muito agitado e me distrair com bastante facilidade das coisas que estava fazendo no momento.

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Quando era criança costumava ser muito agitado e me distrair com bastante facilidade das coisas que estava fazendo no momento, o que imagino não ser algo incomum nessa fase da vida. Na época, meus pais me convenceram a experimentar uma aula de judô e naquele instante nasceria uma paixão pelas artes marciais que carrego até hoje.

Após começar a praticar judô, passei a focar melhor nos objetivos e metas que estabeleci, a ter maior cuidado com meu corpo e a enfrentar os obstáculos não como algo intransponível, mas que exigem esforço e dedicação para serem superados. Com o tempo experimentei outras modalidades, como o jiu jitsu e o muay thai, que pratico até hoje, e pude vivenciar como as artes marciais conseguem influenciar e ajudar no desenvolvimento dos jovens.

Sabendo do valor e benefícios que essas modalidades trazem consigo, bem como dos grandes desafios que uma gestão pública na área do esporte encontra para promover atividades diferenciadas para as comunidades, acho válido ressaltar as artes marciais como uma opção viável e acessível para serem desenvolvidas pelas políticas públicas municipais.

O Brasil é reconhecidamente um dos grandes berços de atletas de judô, jiu jitsu, MMA, entre outras modalidades. São atividades que contam com o interesse da população e podem ser adaptadas em diferentes espaços, sem a necessidade de grandes e onerosos complexos esportivos, ginásios ou estruturas para serem realizados.

Diferente do que afirmam algumas crenças populares, as artes marciais não buscam estimular a violência, mas o autoconhecimento e autocontrole. As diferentes modalidades permitem trabalhar questões como esporte, saúde, disciplina, respeito, defesa pessoal, desenvolvimento social, autoconfiança e formação do caráter, elementos que contribuem para a melhoria dos índices de um município e da qualidade de vida das pessoas.  

Em 2017, quando assumi a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba, existiam apenas 28 turmas de artes marciais no município. Rapidamente entramos em contato com federações, clubes e entidades da área para formalizar parcerias para capacitação dos professores e orientadores de educação física da secretaria, bem como para abrir espaço para que pudessem desenvolver atividades gratuitas nas unidades públicas.

O resultado dessa ação superou todas as expectativas e em apenas um ano passamos a disponibilizar 62 turmas de artes marciais e lutas em sete modalidades, com um total de 1.197 alunos/mês. A procura foi tão alta que para 2018 já programamos a abertura de novas turmas, ampliando a oferta e descentralizando ainda mais o atendimento.

A promoção de diferentes modalidades esportivas sempre irá resultar em maior capilaridade das políticas públicas municipais. Nesse sentido, incentivar a prática de artes marciais representa uma opção econômica em termos estruturais para as prefeituras, que poderão ofertar atividades acessíveis para todas as idades e com capacidade de transformar positivamente a vida de uma pessoa.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

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