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Litoral

Há 20 anos médica se dedica a salvar vidas a bordo de aeronave

Dra. Lúcia Eneida Rodrigues relatou experiência no litoral do Paraná

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O Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) tem papel fundamental no resgate de vítimas no litoral do Paraná durante a Operação Verão. A aeronave utilizada é o Falcão 03, que conta com a presença de um médico para auxiliar nos resgates. A médica Dra. Lúcia Eneida Rodrigues atua no helicóptero e ajuda a salvar aqueles que estão em risco na região.

Desde o início da temporada, a aeronave já ajudou a salvar muitas vidas de pessoas que estavam se afogando, auxiliando nas buscas aquática e terrestre (pessoas perdidas), remoções (transferência para um centro maior de atendimento médico) e resgates aeromédicos.

“Eu escolhi estar ao lado dessa pessoa desconhecida no pior momento da vida dela”, destacou a médica

De acordo com ela, o início da sua atuação na aeronave coincide com a sua vinda para o litoral do Paraná.

“Eu já trabalhava no Siate de Maringá, com boa experiência de atendimento pré-hospitalar. Quando me mudei para Paranaguá, integrei a escala do Siate na Operação Verão. Na época, dentro do quartel do Corpo de Bombeiros no balneário de Santa Terezinha”, disse a médica.

Já no primeiro fim de semana de plantão, ela se deparou com uma situação de afogamento, na Ilha do Mel. “Acionaram a aeronave e só me perguntaram: você tem medo de voar? Eu disse que não e fui atender a um afogamento na praia”, relatou a médica.

Segundo ela, o médico vai dentro do helicóptero para atendimento mais rápido e pontual para atender aquelas vítimas que estão em áreas distantes ou de difícil acesso por viaturas terrestres.

“É uma excelente ferramenta para salvar vidas, com equipes hoje especializadas em atendimento pré-hospitalar. Geralmente, os médicos que vão são os que têm mais experiência e treinamento, pois este pode ser o único recurso naquela ocorrência, como ocorre em praias e áreas de mata, por exemplo”, explicou Dra. Lúcia.

Desta forma, a Operação Verão sem o apoio da aeronave e equipe especializada seria mais difícil. “O trabalho tem várias utilidades: o atendimento pré-hospitalar, seja nas praias com afogamento, estradas com os acidentes de transporte, resgate em montanha ou mata; o transporte de pacientes entre unidades do litoral e de Curitiba e região metropolitana. Estando integrado à regulação do Samu, a aeronave pode ser acionada para múltiplas funções”, afirmou a médica.

Somente nos primeiros sete dias da Operação Verão Maior, no litoral do Paraná, o helicóptero Falcão 03 salvou 13 vidas

Vidas salvas

Dra. Lúcia relatou que não tem ideia de quantas vidas já ajudou a salvar nos últimos 20 anos. “Foram muitas. Parece que a ocorrência mais importante é sempre a última. Mas as crianças sempre chamam mais a atenção”, lembrou a médica.

Um dos casos que marcou sua carreira profissional foi o de um garoto que precisou do transporte aéreo para Curitiba. “Ele tinha uma doença grave que precisava de cirurgia urgente, na época não disponível no litoral, e precisou ser transferido para Curitiba. Não era minha escala, mas ele pediu que eu fosse com ele segurando sua mão. Eu sempre me lembro do rostinho dele meio assustado e também maravilhado sendo transportado com segurança para o Hospital do Trabalhador”, relatou Dra. Lúcia.

Outro momento que a médica lembra com alegria é quando atendeu um colega de profissão, vítima de acidente de trânsito, com traumatismo craniano grave.

“Era uma segunda-feira de verão com muita chuva e neblina. As condições de visibilidade eram péssimas e ainda não havia o Hospital Regional do Litoral. Não havia chance de transpor a serra para levá-lo a Curitiba. A opção foi Joinville, em um voo conturbado e difícil, de grande risco, mas enfrentado com coragem por todos. Hoje, sempre fico feliz de ver o colega trabalhando e também fazendo voos aeromédicos”, frisou a médica.

Ela afirma que encara cada atendimento como o mais importante da vida. “Da minha e de quem está sendo atendido. Eu escolhi estar do lado dessa pessoa desconhecida no pior momento da vida dela. Toda vez que posso tocar a vida de outra pessoa com a intenção de ajudá-la nessa travessia escura, estar a seu lado e segurar sua mão, minha missão está realizada”, concluiu Dra. Lúcia.

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