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Polarização

Com a prisão de Lula, o desgaste sobrou também para o PSDB na segunda fase da Lava Jato.

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De 1994 a 2014 o Brasil viveu uma polarização entre PT e PSDB. Nas seis eleições presidenciais que ocorreram neste intervalo, os partidos de esquerda ficavam em torno do PT sob a batuta de Lula, e os de direita se agrupavam em torno do PSDB, além, claro, dos que sempre variavam entre um e outro, de acordo com o vento da campanha. Isto acabou. Com a prisão de Lula, o desgaste sobrou também para o PSDB na segunda fase da Lava Jato, e ainda que os dois partidos consigam repetir em outubro o segundo turno que disputaram desde 2002, a polarização é bastante incerta. 

Lula está preso, o PT não tem quem o substitua, mas ainda assim evita buscar de forma mais humilde uma aliança de centro-esquerda que permita ao partido tentar mudar o enfadonho mote do “golpe”. O PSDB está em desuso, no estilo de quem perdeu o reinado, mas não perde a majestade nem a pompa. Alckmin patina nas pesquisas e não consegue um discurso que empolgue eleitores ou seus correligionários. Faz jus ao apelido “picolé de xuxu”, na esperança de que DEM, PSD e outros acabem se juntando à sua campanha. A falta de recursos dos grandes partidos para atrair os menores com promessas de rachar as campanhas, fez com que o calendário empurrasse as convenções para depois da Copa.

Contra o PSDB pesa ainda a possível  decisão do STF que deve tornar Aécio réu, a provável prisão de Eduardo Azeredo, a proposital dualidade de Doria na esperança de substituir Alckmin, e ex-governadores (já sem foro privilegiado) sob a mira do Juiz Sérgio Moro, mas ainda assim tenta persuadir candidaturas. 

Alvaro Dias trocou o PSDB pelo PODEMOS, ainda tem quatro anos no Senado, uma campanha em franco crescimento, a credibilidade de ter sido o senador mais votado do Brasil em 2014, e nada a perder. Rodrigo Maia dá sinais de que pode desistir, mas se Raquel Dodge oferecer a terceira denúncia contra Temer e a Câmara acatar a abertura de processo, ele vira presidente da República e sua candidatura se torna obrigatória. Flávio Rocha fez festa para se afastar do comando da empresa, disposto a se autofinanciar ao lado do exército do MBL. Bolsonaro segue sua candidatura com ar de “já ganhou” e “vão ter que me engolir”, escolhendo onde fala e evitando todos os locais a ele incômodos, tentando sobreviver até que comecem os debates, enquanto Ciro Gomes demonstra seu despreparo agredindo jornalistas. 

O PSDB  amarga a falta de alianças e o PT acampa em Curitiba, enquanto caminhamos para um segundo turno sem as duas legendas, oxigenando de uma vez por todas os quadros da política no Brasil. 

Paulinho Oliveira é cientista político, administrador de empresas, bacharelando em Direito, empresário, secretário municipal de Saúde e Prevenção da Prefeitura de Paranaguá e presidente estadual da juventude do PODEMOS no Paraná

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