Encerrando o tema Caminhos do Litoral Paranaense, não podíamos deixar de mencionar a Trilha do Telégrafo.
Segundo o artigo de Leônidas Boutin, publicado na revista “O Itiberê” de 1996, no tempo da Província as notícias chegavam bem devagar, na maioria das vezes por intermédio de tropeiros. Realmente os caminhos para levar mensagens e mercadorias, eram tortuosos.
Schmidlin e Polinari (2006) confirmam essa situação quando comentam que a maioria dos caminhos a essa época aproveitava as margens dos rios, facilitando a passagem em suas várzeas ou em canoas no próprio leito destes. No entanto, eram caminhos toscos, pois às vezes passavam por declives de até 30%, muitos trechos ficavam intrafegáveis durante os períodos de chuva, pois percorriam terrenos alagadiços e a beirada de abismos.
Recapitulando, a Estrada da Graciosa só foi concluída em 20 de julho de 1873, após vinte anos de intenso trabalho, já a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba apenas em 1885, e segundo Schmidlin e Polinari (2006) esta última começou a funcionar apenas em 1886.
Eis que em 1867 as cidades da Província começaram a ser interligadas paulatinamente pelos arames de cobre do telégrafo elétrico, sendo que a primeira cidade a ser interligada foi Paranaguá com o Rio de Janeiro, em 16 de fevereiro de 1867. Nessa época Curitiba continuava isolada, sem estradas e sem telégrafo, somente em 30 de outubro de 1871 foi interligada a Paranaguá (Boutin, 1996).
Os anos passaram e agora a Trilha do Telégrafo, especialmente no trecho entre Cananeia (São Paulo) e Guaraqueçaba é utilizada para aventura, não sendo um caminho fácil de transitar, nem mesmo de jipe. Antigamente chamava-se Trilha do Imperador, mas com a colocação dos postes para telégrafo passou a chamar-se Trilha do Telégrafo (Clauset, 2004).
Guadalupe Vivekananda Fabry
Presidente – IHGP
