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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

RIO ITIBERÊ III

A região litorânea apresenta-se recortada pelos complexos estuarinos.

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A região litorânea apresenta-se recortada pelos complexos estuarinos. O estuário compreende as baías, desde os braços de rios trazendo as águas doces, encontrando as águas salgadas do mar.

Neste contexto, o rio Itiberê no constante fluxo e refluxo de marés, no século XIX apresentava assoreamento e o Porto natural de Nossa Senhora do Rosário, situado à margem esquerda, tinha grande movimentação comercial, obrigando as embarcações maiores a fundear na enseada ao redor da Ilha da Cotinga.

Em publicação de crônica em 1861, assim descrevia Demétrio Acácio Fernandes da Cruz:

Ao presente, este único e bom surgidouro de que dispõe a cidade de Paranaguá ou antes toda a província do Paraná, está consideravelmente danificada em uma parte pela aglomeração das áreas, que tendo formado grandes bancos, mudou a corrente das águas da margem direita para a esquerda do rio.”

Quando a ferrovia Paranaguá – Curitiba estava em construção, segundo Freitas (1994) o Porto da Enseada do Gato recebia os navios que traziam os materiais da estrada de ferro e com as melhorias realizadas pela empresa que recebeu a concessão imperial tornou-se um ancoradouro mais seguro que o cais do rio Itiberê.

Nas décadas de 70 e 80 do século XX, foi realizado pelo poder municipal o aterro do rio nas imediações do Colégio dos Jesuítas, mudando a paisagem e surgindo a Praça de Eventos. Na outra margem, a Ilha do Valadares recebe a passarela na década de 90.

Atualmente o rio Itiberê é navegável em uma extensão de 2.000 m, e de pontos da Rua da Praia partem os barcos de passeio e de linha para as ilhas e demais municípios.

Embora o Itiberê não se apresente mais com a sua configuração de séculos atrás, ele sempre será testemunha do início do povoamento, como nos lembra o Hino de Paranaguá:

Aos nossos mares vieram dantes,

Altivas naus, velas possantes,

Inflando à brisa de monção …

E, a voz dos lusos pioneiros,

O Itiberê viu os primeiros

Sinais de civilização.

Carla Cristina Tonetti Zaleski

IHGP – Diretora de Geografia

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