Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Paranaguá: mudanças nos seus limites geográficos II

Na semana passada, contamos até a parte onde Martim Affonso de Souza chegou a Cananeia, em 1531, e encontrou portugueses e...

Na semana passada, contamos até a parte onde Martim Affonso de Souza chegou a Cananeia, em 1531, e encontrou portugueses e castelhanos, naufragados ou degradados por Gonçalo Coelho. Nesse momento, já havia envolvimento com os índios.

Continuando, Francisco de Chaves noticiou a Martim Affonso de Souza que existiam muitas minas de prata e de ouro naquela região. Isso fez com que 80 homens da expedição, comandados por Pedro Lobo, fossem explorar essas minas. Francisco Chaves prometeu a Martim Affonso de Souza que retornaria a bordo em junho de 1532, trazendo 400 escravos índios carregados desses metais. No entanto, no início de 1533, quando Martim Affonso de Souza estaria voltando a Portugal, chegaram a São Vicente as notícias da derrota, pois houve um confronto com os índios e morreram 80 portugueses da expedição que partiu de Cananeia em busca de ouro e prata (Vieira dos Santos, 1850).

Segundo Rocha Pombo (1929), com a chegada da primeira expedição colonizadora a São Vicente, em 1532, houve uma maior exploração das terras e as águas já eram mais conhecidas. Assim, a vasta Baía de Paranaguá chamou a atenção dos exploradores. Os colonos de São Vicente e Cananeia vinham por canoas e outros tipos de embarcação ao imenso lagamar, passando por um canal, depois obstruído, chamado Varadouro.

Na sequência cronológica há escritos que revelam que em 1549, o alemão Hans Staden procurou abrigo em Superagui, após o naufrágio da expedição espanhola, procedente de Sevilha, comandada por Dom Diogo de Senabria, com destino ao Rio da Prata. Quando lá chegou, já encontrou portugueses e índios Tupiniquins que lhe disseram ser aquela localidade denominada “Suprawray”. Disseram ainda estarem a 18 léguas de uma ilha chamada São Vicente, que pertencia ao Rei de Portugal. Santa Catarina, local onde Hans Staden queria chegar, estava a umas trinta milhas, porém, mais ao sul existiam índios selvagens chamados Carijós (Martins, sem data).

A semana que vem teremos um pouco mais de informações sobre a história do nosso litoral, de modo que cada vez mais desperte em cada um de nós a vontade de investigar e de olhar com outros olhos o local onde vivemos, além de dar uma maior compreensão sobre todas as mudanças de limites sofridas por Paranaguá.

 

Guadalupe Vivekananda Fabry

Presidente – IHGP

 

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