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O Caminho do Peabiru II

Continuando a procurar referências sobre o Caminho do Peabiru, encontramos o trabalho de Cecília Maria Westphalen intitulado...

Continuando a procurar referências sobre o Caminho do Peabiru, encontramos o trabalho de Cecília Maria Westphalen intitulado “Paraná – Zona de Trânsito”, publicado em 1957. Nesse estudo a autora comenta que o estado do Paraná, por sua posição geográfica, serviu de trânsito para várias fases sociais e econômicas do Brasil e da América do sul.

Ressalta que houve dois caminhos intimamente ligados que levaram ao “milagre dos montes de prata”: o subidouro do rio da Prata e aquele através das terras paranaenses, que se trata do Peabiru. Disse que este último já existia mesmo antes da chegada dos descobridores e colonizadores europeus e que pode ser considerado um sistema de caminhos indígenas, pré-cabralino, que levava de São Vicente, ou de Cananéia, ou de Santa Catarina, galgando a Serra do Mar pela via mais rápida aos povoados espanhóis do Paraguai e ainda, subindo este rio e atravessando o Alto Chaco, até o Peru incaico.

Comentou a autora que este mesmo sistema conduzia, atravessando o rio Iguaçu e os territórios do atual estado de Santa Catarina, ao Rio Grande do Sul. Disse que anteriormente à chegada e fixação dos europeus, o sistema dos caminhos do Peabiru, cortando as terras do Paraná, quer no sentido norte-sul, como oriente-ocidente, dele fazia zona de trânsito, encruzilhada situada nos Campos Gerais.

Escreveu ainda a autora que o primeiro europeu que se utilizou das veredas que os indígenas haviam marcado nos caminhos do Peabiru, mais tarde chamado pelos jesuítas como “caminho de São Tomé”, percorrendo terras paranaenses, foi Aleixo de Garcia, pelos idos de 1524.

Uma outra referência encontrada foi a de Schmidlin e Polinari (2006), os quais comentaram que quando os portugueses aportaram no que hoje é o território paranaense, encontraram um longo roteiro indígena, o Transcontinental – Peabiru, rota composta de trechos de picadas terrestres e trechos navegáveis em rios. Segundo os estudos dos autores, o caminho partia de São Vicente ou Cananéia, entrando pelo vale do rio Ribeira, ou de Santa Catarina pelo rio Itapocu, atravessavam a Serra do Mar, cruzavam os Campos Gerais, ultrapassavam os rios Tibagi, Ivaí, Piquiri, atingiam a região de Sete Quedas no rio Paraná, cortavam o Paraguai, venciam a Cordilheira dos Andes e terminavam no litoral peruano.

                          

                                    Guadalupe Vivekananda

Presidente – IHGP

                                  

 

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