É uma característica do ser humano explorar cada vez mais o seu ambiente e descrevê-lo. Desde os povos pré-históricos já existia a técnica de desenhar e de traçar itinerários.
Devido à necessidade de sobreviver, essas populações humanas praticavam a caça, a pesca e a extração de essências vegetais. Aliando esse conhecimento com a existência de conflitos com outros grupos, esses povos aperfeiçoaram cada vez mais o desenho dos pontos estratégicos onde encontravam os recursos para sua subsistência e os caminhos para neles chegar, como uma forma de se preservar.
No livro intitulado “História Cartográfica: a Terra de papel”, da Editora CODEX (1967), comenta-se que das populações humanas que viviam de maneira mais primitiva, os esquimós eram os que possuíam, à época, uma técnica cartográfica mais avançada, com uma precisão geográfica que se equipara aos mapas modernos. A maioria dos mapas esquimós referentes à Groenlândia estão talhados em madeira e apresentam uma extraordinária perspectiva das zonas que representam.
Ainda ressalta que um dos tipos mais interessantes de cartografia primitiva foram os mapas realizados pelos aborígenes das ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, pois eram construídos com bambu entrecruzados, aos quais se prendiam pedras de diferentes tamanhos, o que exigia um profundo conhecimento do mar. Esse método não foi repassado ou talvez os nativos, ao longo das novas gerações, não tenham se interessado em internalizar essa maneira de retratar o ambiente, assim, foi necessária a análise paciente de especialistas para decifrar as informações existentes nos surpreendentes mapas.
Sabe-se que os nativos levavam essas cartas estendidas sobre a cobertura das embarcações e mantinham o rumo conservando o ângulo formado nessa cobertura e a direção das cristas das ondas mais altas. Existem outros exemplos como esse em outros arquipélagos do Pacífico, ressaltando que a destreza cartográfica e o sentido de orientação dos polinésios primitivos era muito acentuada.
No próximo final de semana teremos mais curiosidades sobre esse assunto.
Guadalupe Vivekananda Fabry
Presidente – IHGP