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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

A Ilha das Peças e a devoção a São Sebastião II

As primeiras famílias que a habitaram eram agricultores ou comerciantes portugueses.

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Continuando a história do final de semana passado, na Vila das Peças ainda é possível encontrar “Torres de Vigia” que serviam para confundir embarcações inimigas levando-as ao naufrágio enquanto o “Farol da Praia” (derrubado recentemente pela força do mar) conduzia com segurança as embarcações amigas ao seu destino. São versões sobre sua história mais antiga, contestadas ou aceitas, mas que povoam o imaginário acerca da origem da Vila das Peças.

As primeiras famílias que a habitaram eram agricultores ou comerciantes portugueses, ou ainda familiares dos soldados que serviam na Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres (construída em 1769), na Ilha do Mel; ergueram na Vila das Peças um pequeno oratório invocando a proteção de São Sebastião. Tal devoção apresenta-se com muita veneração na cultura portuguesa, sendo o Santo ainda, soldado em vida, portanto, invocado por soldados ou em situações de defesa e de guerra.

Pode ser ainda que esta devoção seiscentista tenha relação com a suposta devoção de Diogo de Unhate (1550-1617), o mesmo que em 1614 apresentou requerimento da sesmaria Paranaguá, entre os rios Ararapira e Superagui, na região aqui abordada e que, alguns anos antes apareceu como requerente da sesmaria São Sebastião (cidade mais antiga do litoral norte paulista). Seria ele um devoto do santo? Vale lembrar que Unhate, da mesma forma que o santo guerreiro, levou flechadas pelo corpo, ficando, inclusive, aleijado do braço e mão direita, decorrente das batalhas travadas para aprisionar indígenas nas Bandeiras.

Sebastião, francês, nascido em Narbonne no ano 256 d.C, muda-se, ainda pequeno, com a família, para Milão, na Itália, onde concluindo os estudos, como o pai seguiu a careira militar, inclusive, pela sua dedicação e mérito, ocupou o posto de Comandante da Guarda Pretoriana.

Secretamente praticava o então proibido Cristianismo, negando, assim, as práticas idólatras que então ocorriam. Acredita-se, inclusive que seu alistamento militar fora intencional, objetivando reafirmar a fé dos cristãos aprisionados e torturados. A fama de soldado cristão se espalhara. Este artigo ainda tem mais uma parte, que fica para o próximo final de semana.

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