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Fábio Campana

Fabio Campana

Aqui, na terrinha, corre a confusa agitação em torno de candidaturas ao governo do Paraná. Osmar Dias, a única certeza e disparado na frente em…

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Macunaíma exulta

Aqui, na terrinha, corre a confusa agitação em torno de candidaturas ao governo do Paraná. Osmar Dias, a única certeza e disparado na frente em todas as pesquisas, vive a rotina dos top stars. O assédio nem sempre confortável da rapaziada que quer pegar uma beirada em sua canoa. Inclusive Requião, que faz de conta que quer ser candidato a governador para arrumar quem possa lhe ajudar a ser candidato ao Senado com um mínimo de chance de reeleição. Os outros polos de atração são Cida Borghetti e Ratinho Junior, que navegam em mar de dúvidas.

De resto, as alianças na política nativa se aproximam de obsceno troca-troca de parceiros. Espetáculo de viés circense, consideradas as péssimas intenções dos candidatos, que o povo aprendeu a repudiar. Os acordos de 2016 já não valem. Aliados das eleições anteriores agora estão em trincheiras opostas e os adversários se juntam no mesmo barco. Sem contar os que vão sendo eliminados pela Lava Jato, que colocou a céu aberto o esgoto da política.

Os ensaios de conchavos de cúpula mostram que, para estar no poder, nossos políticos fazem qualquer acerto. Por trás do jogo de dissimulações prevalece o vale-tudo. O poder merece tamanha desfaçatez porque proporciona a oportunidade de fazer todo tipo de negócio, como vemos nas revelações da Lava Jato. O poder é uma maravilha. Dá-se emprego aos de casa e aos do auditório, socorrem-se os apaniguados, distribuem-se propinas a rodo, erguem-se novas fortunas com dinheiro da corrupção.

Assim se desenrola a vida de um estadista tupiniquim. Vida boa. Marcada apenas pela preocupação de ficar no trono pelo maior prazo possível. Na política nativa, o espírito macunaímico é uma praga pior que a maria-sem-vergonha. Chamam a isso de bom senso. E lá vêm os mestres do pragmatismo a recomendar os entendimentos mais incríveis entre políticos que pareciam, ainda ontem, antípodas, inimigos irreconciliáveis pelas divergências ideológicas e de métodos.

Qual o quê. Na geleia macunaímica, vinga o populismo, o poder é mafioso e a mídia, incluída a da Internet, é a sua ferramenta. (Sem contar que Macunaíma não tem ideologia, está em todos os lugares).  Todos sabemos que as mazelas da política são antigas, mas nunca, antes, foram expostas em tamanha profundidade. Desse processo vão sobrar poucos para continuar na história. E quem não tem culpa no cartório toma o máximo de cuidados para não se deixar contaminar pelas pragas de nossa época, a dengue, a Chikungunya, a aids e os políticos de ficha suja na mira do Sergio Moro.

 

Muita gente na fila

Uma fila de candidatos a delatores aguarda a oficialização dos acordos de delação premiada e leniência fechados entre a Odebrecht e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Todas as tratativas para novos acordos de colaboração premiada estão suspensas, desde dezembro. A lista de candidatos a delator que já iniciaram conversas com advogados reúne o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, o marqueteiro do PT João Santana, o lobista Adir Assad, executivos das empreiteiras Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Delta e EIT.

São acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que buscam uma redução de pena, nos processos do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba – onde estão os casos de alvos sem foro privilegiado. Candidatos a virarem réus-confessos e colaboradores das investigações, em troca do benefício.

 

Ajuda

O candidato à presidência da Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), larga na frente. Além de conseguir arrecadar cerca de R$ 100 mil para usar em sua campanha, tem a sua disposição, sem custo nenhum, o jatinho particular do deputado Alfredo Kaefer (PTB-RS), considerado um dos mais ricos da Casa.

 

Correndo a atrás

Rogério Rosso (PSD-DF), candidato à presidência da Câmara, também está correndo atrás de votos. Passando outro dia por Ivan Valente, líder do PSOL na Casa, falou: “Gostaria de contar com o apoio de vocês. O PSOL é uma grife”. Ivan apenas sorriu. O que Rosso não sabe é que o PSOL também poderá lançar um candidato à presidência da Câmara.

 

Um voto garantido

Mesmo ainda não tendo assumido publicamente sua candidatura à reeleição da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e já tem um voto garantindo, dado pelo deputado Fábio Farias (PSD-RN). A ordem partiu do pai do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, que não gostou nem um pouco da atitude de Rogério Rosso (PSD-DF), que lançou sua candidatura sem mesmo consultar o partido.

 

Ninguém fica sabendo

Dados da Policia Civil de Brasília apontaram que nos 10 primeiros dias de 2017, dezenove pessoas foram assassinadas na capital, ou seja, quase duas mortes por dia. São números que poucos ficam sabendo e se na capital brasileira é assim, outras cidades com mais população sofrem exponencialmente.

 


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