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Fábio Campana

Fabio Campana

Na madrugada de quarta para quinta-feira (depois de fogo, bombas, gritos, socorros, tiros, empurrões e socos) o plenário da Câmara aprovou o…

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Enquanto você dormia

Na madrugada de quarta para quinta-feira (depois de fogo, bombas, gritos, socorros, tiros, empurrões e socos) o plenário da Câmara aprovou o texto-base da Medida Provisória que reajusta a remuneração de várias categorias, entre elas as carreiras da Receita Federal. A ideia aqui é que haja um bônus pelo cumprimento de metas relacionadas à arrecadação, inclusive de multas.

A MP não chegou a ser votada, porque dos 257 deputados para dar o quórum na sessão na hora da votação estavam presentes somente 55. A nova tentativa de votação será na semana que vem.

Se os servidores da receita receberão bônus por metas relacionadas à arrecadação (inclusive de multas), isso deve significar alguma coisa, não?

Cálculo certo

O grupo JBS fechou acordo de leniência de R$ 11 bilhões, a serem pagos em 10 anos. Só que agora tenta baixar o valor. Segundo o Ministério Público Federal a JBS obteve uma ajuda de R$ 45 bilhões em recursos públicos que vão desde contribuições do BNDES e de fundos de pensão até facilidades nos empréstimos de bancos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica. A JBS contesta o cálculo e diz que o valor é bem inferior. Mas o MPF não abre mão  e lembra que o grupo faturou no ano passado R$ 170 bilhões.

Maior doador

O grupo JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, foi o maior doador para campanhas eleitorais em 2014. Segundo levantamento feito pela FGV DAPP foram mais de R$ 300 milhões. Só para a campanha presidencial foi destinado um terço deste valor. Dilma Rousseff (PT) teria recebido pouco mais de R$ 73 milhões, mais que o dobro do que seu adversário direto, Aécio Neves (PSDB) que recebeu R$ 30 milhões. Marina Silva teria recebido cerca de R$ 4,5 milhões. Agora não se sabe se toda a doação foi justificada para o TSE – Tribunal Superior Eleitoral.

Outros doadores

Ainda no levantamento feito pela FGV DAPP depois do Grupo JBS os outros maiores doadores foram, Andrade Gutierrez que dou pouco mais de R$ 10 milhões, Queiroz Galvão, cerca de R$ 8 milhões, OAS R$ 7 milhões e UTC Engenharia que doou pouco mais R$ 6 milhões. Se somarmos todas essas doações o número equivale à doação recebida pelo Aécio Neves da JBS. Neste levantamento não aparecem as doações da Odebrecht.

 

De percevejo a mala

De "percevejo de gabinete" de nomes como Roberto Requião (PMDB) e Michel Temer (PMDB) a "candidato a homem-bomba" do presidente da República, caso decida e tenha o que delatar. É assim que parlamentares paranaenses que convivem ou conviveram com o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures o classificam em meio a um escândalo político deflagrado com as delações da JBS. O turbilhão pode custar a queda de Temer, o mandato do paranaense e o do senador mineiro Aécio Neves (PSDB)

Rodriguinho Rocha Loures aparece no epicentro da crise não apenas como deputado — cujo mandato foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal) –, mas como ex-assessor especial de Temer que acabou flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil oriundos de propina.

Sob a condição de anonimato, parlamentares conversaram com jornalistas sobre a trajetória de Rocha Loures –alçado de empresário do ramo alimentício, em 2002, a chefe da assessoria parlamentar de Temer, em 2015, e deputado federal em 2017 com a nomeação de Osmar Serraglio (de quem era suplente) ao Ministério da Justiça.

Decisão tomada

Se o ex-ministro Antonio Palocci ainda estava em dúvida sobre sua delação ela foi dissipada diante delação da JBS. Ele já acionou seus advogados que estão juntando documentos para dar consistência a sua delação. Ele quer correr porque se demorar muito não existirá mais nada que possa acrescentar e sendo assim sua delação poderá não ser aceita, ou seja, não haverá redução de pena.

Desmentindo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) desmentiu que não acatará nenhum pedido (até o momento são oito) de impeachment contra o presidente Michel Temer. Ele afirmou que ainda não avaliou nenhum e que tudo requer tempo. “Não é assim. Quanto tempo se discutiu aqui o governo Dilma? As coisas não são desse jeito. Temos que ter paciência. Estão dizendo que eu engavetei: não tomei decisão! E não é uma decisão que se tome da noite para o dia. O presidente da Câmara não será instrumento para a desestabilização do Brasil. Esse tem sido o meu comportamento: muita paciência, calma, tentando garantir uma agenda. Estou olhando para 2018, com o Brasil podendo crescer de 3% a 4%. E com esse olhar preciso ter uma agenda que garanta essa possibilidade”.

Opiniões oposta

A situação criada pelas denúncias feitas pela JBS desestabilizou o brasil. E até o cenário político não sabe qual posição tomar. Sobre a renúncia do presidente Michel Temer existem opiniões opostas. Enquanto o ex-deputado Eduardo Cunha tem certeza de que Temer não irá renunciar, o ex-presidente José Sarney acredita que não exista nenhuma outra saída para ele.

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