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Espaço Poético

Sutilezas e Asperezas

Segundo este procedimento, através de perguntas sutis e envolventes, o profissional consegue que o paciente lhe dê o maior número de dados.

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Dia destes, minha sobrinha que iniciou o curso de medicina, disse-me que um dos primeiros temas de seu aprendizado foi a “anamnese”, processo pelo qual o médico obtém as informações acerca do principio e evolução de uma doença.

Segundo este procedimento, através de perguntas sutis e envolventes, o profissional consegue que o paciente lhe dê o maior número de dados, com o melhor grau de detalhamento possível, conduzindo, então, a um diagnostico preciso do qual a sempre sofrida bateria de exames, só serviria para atestar ou complementar.

E não é só isso! Dependendo da situação em que se encontra o medicado, o questionário deve ser acompanhado de gestos e atitudes que servirão de apoio para o relaxamento do mesmo, deixando-o mais tranquilo para comunicar o que realmente interessa sobre o que dói, onde dói, como dói. Assim sendo, tocar, olhar nos olhos, escutar com atenção o paciente são, entre outras, estratégias recomendadas no sentido de se alcançar o objetivo de atingir ao máximo a qualidade das informações.

Pena que essas instruções são fornecidas nos primeiros semestres do aprendizado. Parece que alguns doutores e doutoras as esquecem com rapidez e as substituem por atitudes ásperas em que imperam a autoconfiança desmedida e o desenfreado mercantilismo de seus procedimentos. Não somos mais clientes de um médico, somos clientes de uma instituição!

Torço para que a geração de minha sobrinha escolha trilhar o caminho mais longo e duradouro da sutileza da atenção do que aquele mais rápido e efêmero da aspereza da indiferença.

Por José Eduardo Carvalho

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