Entulhos nas ruas são alvos de reclamações

Mesmo com os alagamentos presenciados em vários cantos de Paranaguá na última semana, uma cena típica ainda insiste em fazer parte das ruas da cidade. Percorrendo alguns bairros, não é difícil observar entulhos com parte de móveis, lixo doméstico e outros artefatos que foram descartados nas ruas e nos terrenos baldios. De acordo com alguns moradores, esse cenário é culpa de uma parcela da população que ainda não se conscientizou dos prejuízos causados pelo excesso de lixo.

Uma situação bastante alarmante é a que acontece no bairro Porto dos Padres. A população se acostumou a deixar o lixo próximo de um terreno baldio onde antigamente eram as dependências de uma chácara. Hoje, a quantidade de entulho encontrada no local causa espanto em quem passa e é um alerta para que o descarte seja feito no local correto e não mais nas vias públicas, tamanha a sua proporção.

 

Esquina da Rua Samuel Pires de Melo já é um problema crônico para os moradores

 

Segundo a moradora no bairro, Dalva de Deus Rocha, a prefeitura recolhe o lixo com frequência, mas os moradores acabam descartando mais objetos algumas horas depois. “Acho um abuso, nós que moramos aqui esperamos o dia certo do lixeiro passar para colocar o lixo na rua. Mas, vem gente de outros bairros de carro e joga o lixo. É uma vergonha”, explicou.

Para ela, o mais correto seria aplicar multas nos donos dos terrenos que se transformaram em depósitos de lixo, já que placas com avisos não funcionaram. “O que adianta a gente limpar se o outro não limpa? O povo é relaxado e isso aborrece quem mora aqui na rua. Tem gente que joga geladeira velha, sofá, fogão e, com isso, vem a enchente e como a gente fica?”, questionou Dalva. A moradora acredita que está na hora de mudar esse comportamento. “Não tem mais condições de ficar assim”, completou.

 

MAIS CONSCIENTIZAÇÃO

O morador no Jardim Santa Rosa, Célio Alves Bezerra, também afirmou que o problema está no comportamento das pessoas. Próximo de sua residência tem um local que deveria ser para colocar apenas o lixo doméstico, mas outros itens são descartados como resto de móveis. “Falta conscientização e vai continuar faltando. Tivemos a questão da dengue, a enchente também, que é claro que se trata de uma catástrofe, mas poderia ter sido menor”, disse.

Célio ainda contou que algumas vezes se dispôs a recolher parte do lixo jogado perto da sua casa. “Comprei saco de lixo e recolhi, mas a partir daí começou a aumentar. Isso acontece na cidade inteira, mas aqui está fora do normal”, declarou.

 

Prefeitura não tem responsabilidade de coletar entulhos, como restos de móveis, apenas lixo doméstico

 

Além da problemática da dengue, devido ao aumento no número de focos do mosquito transmissor, ainda pode haver o agravamento das enchentes e o impacto negativo da cidade aos visitantes. “São poucas pessoas que ajudam a destacar a cidade de maneira positiva, por isso todo mundo tem que fazer a sua parte”, observou Célio.