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Entrevista

Getulio Rauen faz um balanço sobre o trabalho realizado no Conselho Tutelar

Getulio marcou presença em vários eventos debatendo políticas públicas

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A gestão da Presidência do Conselho Tutelar é de um ano e de Conselheiro Tutelar é de quatro anos. Em 2017, Getulio Rauen esteve à frente da Presidência e, segundo ele, foi uma experiência fantástica que rendeu muitas horas sem dormir e muito trabalho realizado. É sobre sua gestão que ele fala nesta entrevista. Confira: 

 

Folha do Litoral News: Quais foram os principais  atendimentos e ações realizadas? 

Rauen: Foram vários atendimentos realizados em parceria com a Polícia Militar e Guarda Civil Municipal. Participamos de muitas ações em conjunto com a prefeitura. Apresentamos à Câmara de Vereadores uma proposta de reformulação/atualização da Lei Municipal do Conselho Tutelar; fomos à tribuna da Câmara apresentar os trabalhos realizados pelo Conselho; houve diversas blitze em parceria com os órgãos responsáveis,  ações de fiscalização em parceria com os agentes de Proteção do Poder Judiciário. Em suma, foi um ano com muito trabalho colocado em prática.  A estrutura é pouca, e a valorização do Conselheiro Tutelar não existe,  prestamos um serviço relevante à sociedade,  porém não recebemos vale-alimentação,  horas extras,  adicional noturno e  insalubridade.  

 

Folha do Litoral News: Como foi o intercâmbio com os estabelecimentos de ensino? 

Rauen: Estabelecemos uma aproximação com as escolas municipais, criando um canal direto através de WhatsApp, o que possibilitou que a Escola se comunicasse imediatamente com o conselheiro tutelar.  Dividimos as escolas entres os conselheiros para um atendimento mais ágil e com mais vínculo. Também realizamos palestras nas Escolas, chamando as famílias para as suas responsabilidades.  

 

 

Folha do Litoral News:  Como foi a participação nos  encontros fora da cidade para debater as questões de proteção ao menor? 

Rauen: Participamos de várias comissões para a implementação de planos e política pública. Reuniões com a rede de proteção à criança e ao adolescente.  Participação no Congresul em agosto Congresso Regional de Conselheiros Tutelares Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; participamos do Congresso Estadual de Conselheiros Tutelares realizado em Foz do Iguaçu em dezembro; também do Encontro Nacional do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente em Brasília em outubro. Estivemos presentes também na formação continuada mensalmente promovida pela Associação de Conselheiros Tutelares da região leste do Paraná,  cada mês aconteceu em uma cidade do Paraná. Foi tudo muito proveitoso. É importante destacar também que conseguimos uma sede para atender os usuários com espaço melhor que o anterior, a  qual foi entregue em abril. Os atendimentos dobraram. Realizamos audiência pública no teatro Rachel Costa para toda a comunidade com a participação de mais de 200 pessoas. Recebemos em Paranaguá, em fevereiro, no Teatro Rachel Costa, o Encontro Regional de Conselheiros Tutelares,  reunindo mais de 25 Conselhos. 

 

Folha do Litoral News: Há muito tempo se fala que Paranaguá terá mais um Conselho Tutelar. Existe essa possibilidade? 

Rauen: O número de conselheiros tutelares é insuficiente para a demanda existente no município. Não conseguimos atuar em  100%  da cidade.  Esperamos ansiosamente a criação de mais um Conselho Tutelar e a valorização desses profissionais que se dedicam exclusivamente à causa das crianças e adolescentes. Acreditamos que teremos mudança, pois estamos em conversa com o prefeito para a criação de mais um Conselho Tutelar. Estamos confiantes em que teremos sucesso. Quem ganha com tudo isso são as crianças e os adolescentes.

 

Folha do Litoral News: Fale sobre a situação da violência contra a criança em Paranaguá.

Rauen: Paranaguá é uma cidade com muitas particularidades, com Ilhas, colônias, área portuária,  cidade turística e, com todo esse diferencial, o índice de violência contra a criança e o adolescente é grande comparado à grande maioria das cidades do nosso Estado. Basta pegarmos o número de atendimentos do nosso Conselho Tutelar e comparar com os demais e teremos dados assustadores de Paranaguá. Devido à falta de política pública, o índice de violência contra a criança e o adolescente só tem a crescer. A falta de fiscalização das políticas públicas, a falta de participação das entidades na criação e discussão de política pública, a falta de participação dos órgãos responsáveis nas audiências públicas LDO, PPA, LOA, tudo isso somente traz atrasos para área da infância. O Poder Público deixa à disposição de todos essas audiência e discussão, mas infelizmente não vemos a participação de quem, no mínimo, deveria cumprir a lei e atuar em defesa da criança e do adolescente. O número de adolescente em situação de drogadição cresce a cada dia mais, dependemos de vagas do Estado para a saúde fazer o internamento. Conflitos familiares ainda são os casos mais atendidos pelo Conselho Tutelar.

 

Folha do Litoral News: Após 12 meses frente à presidência do Conselho você considera que conseguiu cumprir com o seu objetivo?

Rauen: Temos muito a fazer,  com a falta de material para trabalhar fica humanamente impossível atingir 100% os objetivos. Preciso de câmera fotográfica, pen-drive, gravador, número ideal de salas, computadores, material de escritório etc. O que mais causa frustração e que não permite o avanço é a falta de programas de atendimento para as crianças e os adolescentes. O papel do Conselho Tutelar é garantir os direitos de Crianças e Adolescentes,  encaminhar essa criança e adolescente para programas de atendimento,  mas quando não se tem, o que fazer? O trabalho não anda e a criança e o adolescente ficam sem o atendimento necessário. Não conseguimos atuar nas ilhas. Conseguimos avançar em alguns aspectos como a conquista da nova sede do Conselho Tutelar,  um diálogo maior com o Executivo e o Legislativo, uma aproximação e trabalhos realizados em parceria com a rede de proteção à criança e ao adolescente que beneficiou muitas famílias. Cumprimos com nosso dever e as conquistas foram muitas, mas seguimos sempre querendo mais para nossas crianças. Crianças e Adolescentes são prioridade absoluta.

 

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