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Eleições 2018

Votos ausentes, nulos e brancos poderiam eleger um deputado estadual em Paranaguá

Engenheiro e professor Juliano Elias fez análise sobre a votação local.

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Análise matemática do engenheiro civil e professor universitário, Juliano Elias, mostra que todos os deputados estaduais e federais eleitos tiveram votos no município.

Na última semana, o engenheiro civil, professor universitário e especialista em Estatística, Juliano Vicente Venete Elias, realizou uma análise matemática das eleições de 2018 referente aos dados de votação divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Paranaguá. Segundo ele, o total de votos nulos, ausentes e brancos poderiam ter eleito um deputado estadual em Paranaguá, de acordo com os resultados apresentados pela Justiça Eleitoral. Além disso, apesar de nenhum residir no município, todos os 54 deputados estaduais e 30 deputados federais eleitos receberam votos nas urnas eletrônicas parnanguaras no dia 7 de outubro, data em que ocorreu o primeiro turno do pleito que não elegeu candidato de Paranaguá para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e Câmara Federal.

Juliano Elias afirma que os números não mentem e representam a realidade, fugindo de possíveis especulações em torno do pleito. “Após a abertura temos a realidade. E como alguns especialistas sempre dizem, bom político é aquele que sabe ouvir e interpretar o resultado das urnas porque expressa, de maneira direta a vontade da população. Pode ser uma vontade momentânea, mas deve ser respeitada”, comenta. 

Segundo ele, a primeira ponderação a ser feita é que o recadastramento biométrico feito pelo TSE em Paranaguá, para modernizar e atualizar o quadro eleitoral, ocasionou também uma redução de quatro mil eleitores no município, sendo que na eleição de 2014 a cidade tinha cerca de 103 mil eleitores, enquanto neste ano o número foi de cerca de 98 mil eleitores, gerando igualmente diminuição de número de eleitores presentes no dia da votação. 

“A grande verdade é que o eleitor ou não quer votar, ou não gostou do que foi apresentado. Como candidatos a deputado estadual, em 2018, tivemos 25.325 ausentes, 5.582 votos em branco e 3.943 votos nulos, em um total de 34.850 votos, o que com certeza elegeria um deputado estadual só na cidade, número de votos que aumentaria se fosse levado em consideração o total do litoral. A leitura é simples: precisamos convencer as pessoas a votarem em algum candidato”, explica, destacando que o número de votos branco, nulo e ausente foi três vezes maior do que o candidato mais votado em Paranaguá.

“E se compararmos os três candidatos mais votados a deputado estadual em 2014 e 2018 temos os seguintes números: em 2014 eles resultaram em 39.843 votos, já em 2018 o trio líder nas urnas teve 30.510, o que é uma redução significativa. E os candidatos de fora? Esses obtiveram 28.350 votos no pleito em 2014 e foram para 31.945 votos em 2018, um crescimento expressivo, perante a redução de quantidade de eleitores entre os dois pleitos”, analisa Elias.

“Todos os 54 deputados estaduais eleitos tiveram votos em Paranaguá, na realidade um total de 17.212 votos, variando de 5.248 votos para o mais votado e dois votos, para os cinco menos votados. Na verdade esta é a nossa real representatividade”, afirma Juliano Elias. Além disso, o engenheiro explica que dos mais de 98 mil eleitores da cidade, apenas cerca de 64 mil votaram em algum candidato apresentado nas eleições de 2018. “Além disso, dos 64.038 votos em algum candidato, 41.618 foram para candidatos locais, número expressivo, mas bem abaixo dos 48.418 da eleição de 2014, mostrando uma redução dos votos locais”, complementa.

CENÁRIO PARA DEPUTADO FEDERAL

No contexto dos candidatos a deputado federal, a situação foi semelhante ao que ocorreu com os concorrentes a cadeiras na Assembleia Legislativa. “Votos ausentes, brancos e nulos foram bem semelhantes aos números de estadual, reforçando a necessidade de se trabalhar o voto útil, ou seja, inicialmente votar, e discutir os votos brancos e nulos. O mais votado de Paranaguá nos últimos dois pleitos caiu de 16.890 votos em 2014 para 12.784 em 2018, uma redução significativa, já que os votos para candidatos de fora, neste quesito, se mantiveram estáveis, de 37.132 votos em 2014 para 37.753 em 2018”, completa.

O especialista analisou o cenário do trio mais votado nas últimas duas eleições para a Câmara dos Deputados. “Neste sentido, tivemos um valor quase constante, de 31.915 votos em 2014 para 32.120 em 2018. Então este poderia ser considerado um bom número? Na realidade não, porque houve uma grande redução dos ausentes, ou seja, aumentou a quantidade de votos úteis, mas não refletiu no aumento dos três mais votados. Os votos ausentes para deputado federal em 2014 foram 33.882 eleitores e 25.247 em 2018. Outro fator que sustenta isso é que o total de votos para candidatos de Paranaguá subiu de 2014 para 2018, de 32.206 para 35.888 votos. Isto demonstra uma evolução na quantidade de votos, mas não concentradas em um ou dois candidatos, que não conseguiram absorver o aumento de número de votos para federal”, analisa Elias. 

Da mesma forma que ocorreu no cenário eleitoral para a Alep, todos os 30 deputados federais eleitos no Paraná nesta eleição tiveram votos em Paranaguá. “Em um total de 18.961 votos obtidos por eles, 3.227 foram para o mais votado e 15 para o menos votado”, completa Elias. 

Outra análise feita foi com relação à comparação de Paranaguá com cenário eleitoral de outros municípios paranaenses. “Comparamos Paranaguá com Cianorte, Pato Branco, Guarapuava, Ponta Grossa e Cascavel, apenas com relação a deputado estadual, e a grande constatação é que, nas outras cidades, o mais votado é eleito, e aqui, o eleito não é o mais votado”, finaliza Juliano Elias.
 

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