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Eleições 2018

Advogado dá dicas ao eleitor para se prevenir das ‘fake news’

Daniel Lemos explica que sociedade ainda está aprendendo a perceber e combater as notícias falsas, destacando que Justiça Eleitoral teve atuação satisfatória em 2018

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Na reta final do segundo turno das eleições entre os candidatos a presidente Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), o advogado Daniel Lemos, com 20 anos de atuação jurídica, pós-graduado em Direito Processual, professor de Direito e com larga experiência em Direito Eleitoral, concedeu entrevista à Folha do Litoral News, abordando sobre as “fake news”, que aumentaram em circulação nas redes sociais nesta reta final do pleito. O jurista concede dicas aos eleitores para detectar as notícias falsas, bem como destaca que tal fato prejudica o processo eleitoral e que foi combatido de forma satisfatória pela Justiça Eleitoral, que está evoluindo gradativamente com o combate ao fenômeno nos últimos anos.

“Eu acredito que as notícias falsas prejudicam o processo eleitoral, prejudicam a formação de conhecimento dos eleitores. As ‘fake news’ não estão apenas ligadas às eleições, elas existem há mais tempo, antes mesmo das redes sociais. Era o famoso boato, contato de ouvido a ouvido, que se transformava em verdades absolutas. Com a rede social, esse fenômeno viralizou e principalmente, pode ser materializado por mensagens  de textos, fotos e vídeos. A frase atribuída a Joseph Goebbels afirma que ‘Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’ e as ‘fake news’ apostam nisso. Esta prática não é nova, não nasceu com as redes sociais, é um fenômeno humano”, afirma o advogado. “As ‘fake news’ são algo que a sociedade está aprendendo a perceber e combater”, completa.

Segundo o jurista, as notícias falsas são facilmente detectáveis. “A primeira dica é perceber a origem, pois no WhatsApp, normalmente vem com a indicação de que se trata de uma mensagem ‘encaminhada’ na parte superior do texto. O simples encaminhamento de uma mensagem já é um grande indicio de que algo pode estar errado”, explica. “O segundo cuidado é que ninguém deve acreditar em tudo que está nas redes sociais, então não acredite e saia compartilhando tudo o que vê. Seja cético: o maior problema das ‘fake news’ não é você acreditar no que ela diz, e sim acreditar e ainda espalhar a notícia para conhecidos, amigos e em suas redes sociais”, complementa Lemos.

“FACT CHECKING”

Segundo Daniel Lemos, uma dica importante aos eleitores é fazer o “fact checking”, ou mais conhecido como checar as fontes. “É necessário confirmar se a informação recebida está em sites confiáveis, como a Folha do Litoral News e outros reconhecidamente sérios. Outra dica é conferir o URL e erros de escrita da matéria. URL é o endereço eletrônico muitas vezes citado nas ‘fake news’. Muitos sites de notícias falsas usam nomes e visuais parecidos com os de veículos mais conhecidos para enganar o leitor desatento. Algumas vezes, o site desses veículos pode ser totalmente copiado para se passar por verdadeiro. Cheque a URL do site e compare com a URL do site que você encontrar nos primeiros resultados de uma busca no Google. Desconfie de qualquer coisa que não pareça normal”, destaca o advogado.

Outro indicativo claro de “fake news” são textos compartilhados com muitos erros de português. “Outra sugestão é comparar o conteúdo com outros veículos de comunicação. Então, leia várias opiniões, debata, se informe. Sempre devemos ter cuidado com títulos e notícias apelativas. Notícias falsas e seus autores sempre apelam para o emocional dos leitores, trazendo fatos falsos bombásticos, coisas que mexem com nossos valores e crenças, com o intuito de serem rápida e desatentamente compartilhadas. Às vezes, acreditamos e reproduzimos aquilo que entendemos ser o correto ou naquilo que queremos que seja verdade. A última dica é que sempre que encontrar uma ‘fake news’, denuncie e alerte os amigos que aquilo não é verdade”, complementa o profissional do Direito.

“O mais importante é o eleitor ficar atento a estas notícias e não reproduzir matérias falsas”, afirma o advogado Daniel Lemos, destacando que cidadãos devem ter senso crítico e checar veracidade em veículos de imprensa sérios

DENÚNCIAS À JUSTIÇA ELEITORAL

O advogado Daniel Lemos afirma que é possível divulgar os conteúdos falsos à Justiça Eleitoral. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantém um canal de apontamentos de ‘fake news’ no link http://www.tse.jus.br/hotsites/esclarecimentos-informacoes-falsas-eleicoes-2018. A Justiça Eleitoral lançou esta página na Internet para ajudar a esclarecer o eleitorado brasileiro acerca das informações falsas e falaciosas que vêm sendo disseminadas pelas redes sociais. Lá são divulgadas informações corretas, apuradas com rigor e seriedade, é a melhor maneira de enfrentar e combater a desinformação”, acrescenta.

De acordo com o advogado, a atuação da Justiça Eleitoral no combate às “fake news” nas eleições de 2018 foi satisfatória. “Como disse anteriormente, as ‘fake news’ não nasceram com as redes sociais, mas agora elas estão visíveis e materializadas e a Justiça Eleitoral está aprendendo a lidar com ela. Com o passar do tempo teremos mais avanços”, destaca Lemos.

“O TSE deve dar mais visibilidade às apurações de ‘fake news’ e buscar punir aqueles que promovem a mentira de maneira consciente, mas o mais importante é o eleitor ficar atento a estas notícias e não reproduzir matérias falsas. Conforme melhorarmos o nível educacional e crítico do cidadão, menos espaço haverá para as ‘fake news’. Estes conteúdos apostam na inocência e ignorância da população. Um povo esclarecido não se deixará enganar”, ressalta Daniel Lemos.

DICAS PARA OS ÚLTIMOS DIAS DE ELEIÇÃO

De acordo com o advogado, os últimos dias que antecedem a eleição, que acontece no domingo, 28, intensificam a necessidade dos cidadãos serem críticos com mensagens e conteúdos recebidos via WhatsApp e outras redes sociais. “Não acredite em tudo que vê na Internet, seja relacionado ao período eleitoral ou não. Crie o hábito de não repassar mensagens via WhatsApp sem que tenha certeza se aquilo é verdade. Existem bons sites que investigam se uma notícia divulgada em redes sociais é verdadeira, indico ao menos dois bons sites, o https://www.boatos.org e o http://www.e-farsas.com. Sempre que tiver dúvida se uma notícia é ou não falsa, pesquise nestes e em outros sites confiáveis”, acrescenta.

Segundo ele, até mesmo denúncias feitas em grandes jornais podem difamar um candidato especificamente se não houver uma leitura completa e crítica por parte do eleitor. “Leia toda a matéria, seja crítico, converse com amigos e familiares e procure a opinião de pessoas confiáveis. E, por fim, lembre que é um grande ‘mico’ ficar enchendo o celular do amigo ou parente com ‘fake news’ ou matérias sem credibilidade alguma. Pense duas vezes antes de compartilhar alguma coisa, seja em tempos de eleição ou não”, finaliza, desejando uma boa eleição a todos os cidadãos.

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