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Educação

Instituto Estadual comemora o Setembro Azul

Mês é destinado a reflexões em torno das lutas e conquistas das pessoas surdas.

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O Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha está comemorando 18 anos de atividades de inclusão dos alunos surdos. As atividades marcam o ‘Setembro Azul’, que é voltado para a conscientização e a comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos entre a comunidade surda. 

O estabelecimento é pioneiro no litoral na inclusão de surdos no litoral. A diretora da instituição de ensino, professora Elaine Bestana Gimenes, lembra que tudo antigamente era mais difícil. “Nós começamos quando não havia professores que trabalham com a língua brasileira de sinais, em 1999. Superamos muitos desafios. O processo de inclusão ocorreu no ano 2000”, conta.

Hoje, o estabelecimento conta com cinco alunos surdos matriculados entre Ensino Médio e curso de formação de docentes para o magistério. De acordo com a professora Gisele Cuch, a aprendizagem do aluno surdo se dá através de um processo com um tradutor intérprete de libras, a língua brasileira de sinais. “Nós estamos ali para fazer a mediação da comunicação entre os professores das mais variadas disciplinas que são ouvintes e o aluno surdo”, explica.

A relação com os demais estudantes é bem amistosa. “No começo sempre que os alunos iniciam seu processo de inclusão existe um choque cultural. Nós que somos intérpretes de libras junto com a equipe pedagógica e direção explicamos como funciona a cultura surda para os demais alunos ouvintes”, contou.

A professora Gisele explica aos demais alunos, chamados de ouvintes, que o aluno surdo não recebe as informações através de via oral, porém ele recebe através da visão todas as informações, e também através da língua de sinais e escrita. “Todos os recursos visuais vão auxiliar o aluno surdo, a gente explica a questão da cultura em que o surdo se comunica através de mensagens de texto e não tem como se comunicar através de áudio, não é possível fazer ditado. A partir daí vai havendo realmente a inclusão em que alunos ouvintes passam a respeitar e entender um pouco mais sobre a cultura dos surdos e estes passam a entender e interagir com os alunos ouvintes”, destaca.

SETEMBRO AZUL

 A escolha do mês de setembro para esse movimento não foi feita por acaso. O mês tem datas importantes para a comunidade surda, sejam elas lembranças das perdas do passado ou celebrações das conquista.

O estabelecimento está realizando várias atividades sobre o Setembro Azul. A professora Gisele ressaltou que  este mês comemorativo não é muito conhecido pelo fato de ser a minoria.

“Algumas pessoas me perguntaram, mas não é Setembro Amarelo por conta da questão de suicídios e depressão? Eu digo que isso é algo que tem que ser respeitado enquanto saúde pública, mas o Setembro Azul é uma data conquistada também”, explicou.

A professora ressaltou ainda que o Setembro Azul surgiu através de muita luta dos movimentos surdos. Isso porque durante muitos séculos os surdos foram impedidos de se comunicar na sua língua natural através de sinais. “Eles chegaram a ter suas mãos amarradas pelo fato do grande preconceito e discriminação, por serem minoria. É como se eles se sentissem estrangeiros em seu próprio País e à medida que eles foram lutando para conquistar os seus direitos e visibilidade em relação à sociedade conquistaram o direito de se comunicar através da língua brasileira de sinais”, apontou.

A Libras passou ser a segunda língua oficial do Brasil em 2002, quando foi comemorado o centenário como um marco de toda a sua trajetória. “O dia 26 de setembro é o dia nacional dos surdos, por isso a nossa escola está em festa fazendo essa reflexão do momento histórico sobre o porquê dessa data”, finaliza.

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