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Educação

Diretor pede ação judicial para desocupação da Unespar Paranaugá

Estudantes dizem que não houve tentativa de diálogo por parte da direção

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O diretor geral da Unespar Paranaguá, Cleverson Molinari Mello, formalizou um ofício na quinta-feira, 3, no qual explica a necessidade de desocupação e solicita a intervenção do departamento jurídico da universidade. O campus da Unespar Paranaguá foi ocupado pelos estudantes há mais de três semanas e, desde então, professores, funcionários e estudantes contrários ao movimento são impedidos de entrar nas dependências do prédio.

O movimento de ocupação de colégios estaduais e universidades no País é justificado pela desaprovação dos itens descritos na Medida Provisória 746, que propõe a reforma do Ensino Médio, e a PEC 241, a qual congela os investimentos na educação e em outras áreas por 20 anos.

No documento, o diretor Cleverson Molinari Mello solicita a desocupação do campus ao reitor da universidade, Antonio Carlos Aleixo. O diretor destaca que um número considerável de alunos pede a volta das aulas, tendo em vista que o calendário já foi prejudicado devido às paralisações anteriores e existe a preocupação dos docentes quanto aos prejuízos acadêmicos que a ocupação pode gerar.

 

 

Além disso, o diretor ainda lembra a questão do cancelamento da prova do Enem, que seria realizada no local. A obra de revitalização da fachada do prédio da universidade, agendada para iniciar no dia 14 de novembro, também pode ser prejudicada, já que a licitação está finalizada e as obras não poderão ser iniciadas com a ocupação pelos estudantes.

O diretor não deixa de esclarecer que foram feitas inúmeras tentativas frustradas de diálogo com o movimento de ocupação. Desta forma, uma ação judicial foi solicitada para que as atividades no campus sejam retomadas.

 

OCUPAÇÃO CONTINUA

Uma das integrantes da ocupação, Renata Priscila da Silva, estudante de Pedagogia, contou que uma reunião foi realizada na manhã de sexta-feira, 4, com o reitor da Unespar, Antonio Carlos Aleixo, mas o diretor do campus não estava presente. “Foi uma medida autoritária do diretor de ter feito o ofício sem consultar o conselho do campus, que na verdade está vencido porque ele não chamou para as eleições”, disse.

Ao contrário do que foi informado no ofício, os estudantes afirmam que não houve tentativa de diálogo. “Antes mesmo de o reitor receber o ofício, um professor colocou nas redes sociais, desqualificando o documento. Ele coloca na carta que teve inúmeras tentativas de diálogo, mas não houve nenhuma. A direção não apareceu na ocupação em nenhum momento. Vamos convocar uma reunião com a direção do campus para colocar as nossas pautas”, frisou Renata.

Desta forma, a ocupação deve continuar, sem previsão de término. “Sentimos um abandono da própria direção do campus, a medida foi mentirosa e autoritária. Nosso posicionamento é esse, tomamos as medidas cabíveis, falamos com a reitoria, que está mais presente do que a própria direção. Estamos conversando, mas ainda não temos previsão para a desocupação”,destacou a estudante.

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