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Educação com Ciência

Os efeitos do açúcar no cérebro infantil

“Hoje vou comer isso porque eu mereço!”. Quem nunca usou uma frase nesse sentido que atire a primeira pedra.

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“Hoje vou comer isso porque eu mereço!”. Quem nunca usou uma frase nesse sentido que atire a primeira pedra.

A mídia influenciadora e a grande quantidade de substâncias palatáveis que a indústria alimentícia utiliza nos tornam “escravos” de uma má alimentação. É preciso ter muita força de vontadee entendimento sobre os malefícios que estes alimentos industrializados nos causam, para poder resistir a eles.

Mas, você leitor, deve estar se perguntando por qual motivo uma coluna sobre educação está falando sobre alimentação. Há estreita relação entre as temáticas, acredite. Primeiro, porque hoje temos um altíssimo número de crianças obesas em nosso País, e como professora vivenciei casos extremamente complicados, como quando a família não tinha noção de uma boa alimentação e transferia este mau hábito aos pequenos, ofertando-lhes como lanche: bolinhos industrializados, achocolatado de caixinha e de “sobremesa” um brigadeiro. Isso tudo para crianças de apenas 3 e 4 anos de idade.

O estilo de vida sedentário da população combinado com uma dieta hipercalórica vem culminando em obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras. Problemáticas já bem conhecidas por nós, brasileiros. Porém, além de tudo isso, uma má alimentação vem gerando também, segundo recentes estudos, deficiências cognitivas.

Um estudo publicado na revista Neuroscience&Biobehavioral, em 2019, mostrou que o consumo exagerado de açúcares tem alterado negativamente a neuroplasticidade do cérebro. Ou seja, a recorrente ingestão de alimentos ricos em açúcares ocasiona disfunção nas estruturas do cérebro, provocando distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão.

O desejo de comer é regulado pelo cérebro e cada vez que utilizamos o alimento como forma de recompensar um sentimento, seja de tristeza ou alegria, cria-se uma dependência, similar ao uso de drogas. O caminho da recompensa está altamente associado ao fluxo de dopamina que regula o estado motivacional de querer ou desejar a substância.

Na infância isso se torna ainda mais prejudicial, pois é nesta fase que se estabelece o hábito alimentar. Logo após o aleitamento materno, a criança passa a utilizar autonomia e usufruir os sentidos, principalmente do paladar, para averiguar o que mais lhe agrada.

Neste sentido, a escola pode e deve possibilitar a educação nutricional, juntamente com a família, tornando o assunto um conteúdo educativo. Dentro desse contexto, se reconhece a importância da atuação de profissionais da saúde para melhor orientar sobre o cardápio infantil.

A alimentação da criança, desde o nascimento e nos primeiros anos de vida, tem repercussão para toda uma vida.

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