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Educação com Ciência

Empatia – uma inteligência essencial

Ações como o bocejo, por exemplo, são imitados de forma inconsciente pelo simples fato de observar alguém bocejando…

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Na década de 1990, foram descobertos em macacos neurônios capazes de permitir a imitação de ações realizadas por outros indivíduos. Esses neurônios foram denominados espelho. Ações como o bocejo, por exemplo, são imitados de forma inconsciente pelo simples fato de observar alguém bocejando ou a expressão de nojo ao ver o outro franzindo o nariz para algo.

Os neurônios espelho foram inicialmente encontrados na área pré-motora do lobo frontal do cérebro. Por este motivo, interligava-se unicamente às ações motoras do corpo. No entanto, novos estudos descobriram que estas células estavam associadas a várias modalidades do comportamento humano e que as emoções também podiam ser espelhadas.

Chorar ao ver alguém chorando, sentir-se alegre ao ver alguém sorrindo são exemplos de que nossas células cerebrais reconhecem as expressões e buscam em nossas memórias um sentimento “semelhante” ao que o outro está sentindo. Semelhante, pois cada um experimenta os sentimentos conforme sua subjetividade, suas experiências de vida.

À capacidade de reconhecer e compreender no outro os sentimentos, dá-se o nome de empatia. Empatia é, portanto, caracterizada pela ação afetiva em resposta a outras pessoas. Esse movimento de reconhecimento do outro e dos seus sentimentos só é possível quando ambos os indivíduos se sintonizam e passam a interagir numa mesma escala de entendimento. Ou seja, não há empatia na arrogância, no sentimento de superioridade, desprezo ou humilhação, mas, sim, sob uma visão de reciprocidade e aceitação do outro.

A empatia é uma inteligência emocional que necessita ser melhor desenvolvida em nossa sociedade. Estudos reconheceram que a empatia e o engajamento social permitem a redução de quadros depressivos. Diante da relação entre mães e filhos, um estudo contatou que 61% de crianças com mães cronicamente deprimidas, apresentam ansiedade e comportamentos depressivos. Da mesma forma, pais empáticos permitem o desenvolvimento de comportamentos altruístas na criança.

Daniel Goleman, renomado escritor científico, ressalta que ao chamar a atenção de uma criança, devemos permitir que ela observe a aflição que o mau comportamento causou no outro. Observe os exemplos: “Veja como você a deixou triste?”

Em vez de: “Isso foi malfeito”.

Os neurônios espelho, também refletem uma série de elementos da comunicação não verbal, como pequenas mudanças na face e no tom de voz que nos ajudam a compreender o que o outro está pensando ou sentindo.

Por Bianca Malucelli

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