Paula Beruski

“Vim pela floresta e de brinde ganhei o mar”. Nascida em Foz do Iguaçu, atualmente com 39 anos, Paula Beruski formou-se em Engenharia Florestal pela Universidade Estadual do Centro Oeste, campus Irati-PR e atua hoje na Ilha do Mel em 4 atividades ambientais as quais basicamente se dividem (e se completam) entre: turismo e plantas.

A Engenheira chegou ao Litoral após inúmeras mudanças de endereço com o intuito apenas de “passar um verão”. Mas acabou ficando na ilha até hoje. 

O início dessa trajetória deu-se em sua infância, onde teve a oportunidade de ter bastante contato com áreas verdes, sítios e pomares até, mais ou menos, seus 15 anos de idade.  “Vivi até meus 15 anos em uma casa com um grande quintal com árvores frutíferas e horta em uma pequena cidade no interior do Paraná (Wenceslau Braz). Nessa época, as férias eram passadas em casa de avós ou em um sítio de meus padrinhos em Foz do Iguaçu, onde a proximidade com a floresta se intensificava sem eu perceber. Subir em árvores era o passatempo predileto.”

Apesar deste amor incontestável pela natureza, Paula conta que na adolescência a faculdade de Direito foi a primeira opção, mas que ao não passar em nenhum dos 3 vestibulares que prestou, acabou conhecendo a Engenharia Florestal, sua atual ocupação e paixão. 

Como a vida não são só flores, Paula teve de ter muita persistência para chegar onde está. “Meu sonho era trabalhar na região da serra do Mar e toda essa floresta magnífica, inclusive realizei meus dois estágios pela Universidade na região. Mas assim como aconteceu com o curso de direito, nem tudo que planejamos vem tão fácil ou tão rápido.” Durante este percurso, a Engenheira entrou em um programa de trainee em um grupo siderúrgico em Minas Gerais, para a área de produção florestal, onde foi uma das duas primeiras mulheres engenheiras da empresa com cerca de 10 homens engenheiros, na época. Atuou também em programas ambientais da empresa que lhe deram uma boa carga de experiência na área de gestão e certificação ambiental. Com quase cinco anos de atuação em uma carreira promissora (de trainee já era analista florestal sênior), resolveu mudar sua vida, pois sentia uma certa insatisfação pessoal. Então, largou o trabalho, vendeu seu apartamento em Belo Horizonte e foi para Curitiba. “Experimentei bastante outras realidades, como desejava. ” Após morar alguns anos na Bahia, atuar em um projeto de turismo comunitário na região de Foz como educadora voluntária em uma escola de Agroecologia da reforma agrária, e inúmeros “bicos”, hoje atua na área de administração de reservas de casas de veraneio e de uma pousada na Comunidade “Canto da Vó Maria” onde vive atualmente baseando-se numa alimentação vegana através de um pequeno negócio com propósitos sustentáveis criado por ela e seu companheiro. “Aqui compostamos a totalidade dos resíduos orgânicos gerados no quintal e na cozinha, que vira adubo para nossa horta e jardim, e não utilizamos nenhum tipo de embalagens plásticas descartáveis em nossos produtos. Em nosso quintal, quando os clientes vêm para o restaurante, os interessados sempre recebem algum tipo de aula acerca de compostagem, plantas, insetos, florestas, etc.”. 

Por fim, a notável deixa uma mensagem: “Aprendi que o caminho se faz ao caminhar. Porém, se tenho algum propósito na vida é um dia ter a competência, saúde e o espaço necessários para produzir minha própria comida. Através dos frutos da compostagem e dentro dos parâmetros da agroecologia.”.

Você já se permitiu respeitar os acontecimentos da sua vida e confiar no seu potencial pra algo que possa te fazer mais feliz?

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