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Paranaguá 372 anos

Bater o tamanco e comer barreado: ações típicas dos parnanguaras

Costume atravessou séculos e se mantém nos dias atuais

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Paranaguá tem fama de ser a cidade do fandango e do barreado. E motivos não faltam para isso. O município é celeiro de violeiros, mestres e fandangueiros, os quais fortalecem a identidade cultural parnanguara.

Mestres de outrora que deixaram saudades como Eugenio e Nemésio, construíram um vasto legado. Outros ainda se mantêm firmes em seus propósitos, como Brasilio e Romão. Através das casas de fandango e dos bailes do Mercado, eles conservam acesa a chama da cultura popular, mostrando para os mais jovens a beleza da dança.

São justamente os jovens os maiores responsáveis para que a manifestação prossiga. Neste sentido, pode-se citar um mestre da atual geração: Aorelio Domingues de Borba. Através da Associação Mandicuera, juntamente com outros pesquisadores, vem resgatando a cultura popular, não apenas por meio do fandango, como também, no Boi de Mamão, na Folia do Divino e outras manifestações.

Zeca da Rabeca é um dos responsáveis por manter a tradição do fandango na cidade

E tem ainda o Mestre José Martins Filho, ou simplesmente Zeca da Rabeca, o qual atua em todos os grupos de fandango de Paranaguá. Dotado de grande conhecimento da cultura caiçara, ele confecciona os instrumentos, toca e sabe todas as marcas (danças).

Natural de Guaraqueçaba, foi morar na Ilha dos Valadares, em 1963, com a família. Foi naquele tempo, aos 12 anos de idade, que se envolveu com o fandango.

“Quando cheguei aqui, havia muitos violeiros, muito mais que hoje. Parecia que todos os homens tocavam viola e dançavam fandango. Desde cedo aprendi a dançar fandango e, mais tarde, vendo meu pai construir viola, eu aprendi a fazer os instrumentos”, aponta. Mestre Zeca é prova de que o interesse pela cultura precisa ser ‘aguçado’ cedo para que possa se perpetuar.

Barreado

Paranaguá também é terra de barreado. Conta a tradição que a Ilha dos Valadares também é celeiro do barreado, prato tipo do litoral e considerado o único autenticamente paranaense.

Norma Freitas aplica a receita do barreado que herdou dos antepassados. Ela, o filho Juca Freitas e a família mantêm a tradição viva no restaurante Casa do Barreado

De acordo com o empresário José Reis (Juquinha), filho e neto de tradicionais famílias que fortaleceram Paranaguá como a terra do barreado, a tradição vem de longe. “Antes de falar de quem começou a tradição do barreado na família, temos que falar das origens, há mais de quatro gerações a família tem origens praticamente em todo litoral, nascido em Guaratuba o Senhor Candido de Freitas, de Antonina Idelfonso Gomes Faria, de Morretes a Olympia Negrão Farias e o Coronel Alípio Cornélio dos Santos e de Guaraqueça BaIzabel Soares dos Santos. Todos  vieram a fixar residência em Paranaguá e com os demais daqui, através de laços familiares”, explica.

De acordo com Juca, todos tinham em comum o amor pelo litoral e por Paranaguá, conheciam suas tradições e uma delas era o barreado, que era consumido na festa do Divino Espírito Santo e no Carnaval. Ele conta que a receita familiar é uma fusão de vários integrantes da família e que todas as técnicas fundiram-se em uma única só receita que é a atual receita da Casa do Barreado, restaurante mantido pela família, à frente está a empresária Norma Freitas.

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