O pronunciamento do prefeito Adriano Ramos sobre o pagamento do retroativo do Magistério Municipal vai muito além de um balanço de contas. É, antes de tudo, uma demonstração de como a política pode ser feita de forma séria e responsável, sem os vícios da velha e nefasta prática que por anos transformou a educação em moeda de troca eleitoral na cidade de Paranaguá.
Os números apresentados não deixam margem para dúvidas. A atual gestão recebeu um orçamento repleto de lacunas e omissões deliberadas de acordo com os números apresentados pelo prefeito num vídeo em suas redes sociais. Na folha de pagamento, por exemplo, havia a necessidade real de R$ 241 milhões, mas a previsão foi de apenas R$ 196 milhões, criando um déficit de R$ 45 milhões. O mesmo se repete em áreas essenciais como a merenda, uniformes, férias, auxílio-alimentação e o próprio retroativo do Magistério compondo um déficit de R$ 104 milhões apenas na Secretaria de Educação.
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Essa é a realidade que a atual administração herdou. E ainda assim, Adriano Ramos garantiu pagamentos que a gestão anterior não cumpriu, como as rescisões de comissionados, o terço de férias dos professores e o reajuste do piso do Magistério já em janeiro. Ou seja, mesmo diante de um orçamento que não atende a realidade, a atual gestão está avançando no que deveria ser obrigação básica, isto é, respeitar direitos.
Mas o ponto mais relevante do discurso de Ramos foi político, ele não vai se curvar às pressões da velha prática de negociar privilégios e favores individuais em detrimento da coletividade. Essa postura é uma ruptura com a lógica perversa que sempre usou o Magistério como massa de manobra, ora ignorando suas demandas, ora tentando explorá-las como palanque.
Ao abrir os números e expor os problemas de forma clara, o prefeito age com transparência e coragem. É um caminho mais difícil, porque desagrada quem está acostumado ao atalho e ao jogo de interesses, mas é o único capaz de reconstruir a confiança da população.
O Magistério tem direito ao retroativo e esse direito será pago. A diferença é que, desta vez, isso acontecerá dentro de um processo transparente, sem acordos obscuros, sem privilégios pessoais, sem a manipulação de sempre, sem a pressão por cargos.
O desafio que se impõe agora à sociedade é escolher de que lado ficar, com a velha política, que semeia déficits e tenta colher desgastes, ou com a nova postura de responsabilidade coletiva, que encara a realidade sem ilusão e busca soluções concretas. Adriano Ramos, ao que tudo indica, já fez a sua escolha. Fica claro que entre o retrocesso da velha política e a responsabilidade do presente, Adriano Ramos já mostrou de que lado da história decidiu estar.





