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Espaço Poético

Naufrágio

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em

Juciane

Quantas vezes o olhar se suspende,
Se interrompe.
Os olhos deixam-se acariciar
No doce baú de memórias
E eles começam a sorrir.
Sorrir e amar.
Por que o amor
É o prazer de vivê-lo quando se tem.

E é, finalmente,
A dor quando o perdemos.
Porque talvez o destino tenha decidido
Ou porque nós o deitemos fora
Com nossos erros,
Com nossas presunções.
Talvez porque nós não ouvimos,
E nós não fomos capazes de parar para ouvir
O que ele, o outro tinha para nos dizer.
As suas alegrias, suas lágrimas,
Os seus sonhos.
Enquanto ele fixava as marés,
Enquanto escrevia mensagens
Para uma garrafa
Que ele queria que fosse encontrada por minhas mãos.
Quantas vezes o olhar ficou suspenso,
Interrompeu-se.
Quantas vezes
Nós gostaríamos de ter
Naufragado naquele amar,
Tão profundo e lindo mar.

Autoria: Juciane Afonso

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