conecte-se conosco

Direito & Justiça

Casal acusado de matar o filho é condenado por júri popular

Débora foi condenada a 24 anos de prisão e Alex a 26 anos

Publicado

em

Na noite de quinta-feira, 26, foi encerrada a audiência em Paranaguá que condenou o casal, Alex Jhulian Belizario Alves e Débora Moraes Tavares, por espancamento do filho, André Luis Tavares, de um ano e dez meses, resultando na morte da criança. O crime aconteceu em 2013, no bairro Emboguaçu e, desde então, ambos permaneciam presos em Curitiba aguardando julgamento. 
A audiência teve início na manhã de quinta-feira, 26, e acabou por volta das 22h30. No primeiro período, foram ouvidas cinco testemunhas, entre eles o perito do Instituto de Criminalística que esteve no local no dia do crime. Uma vizinha também foi ouvida, além dos pais de Alex e a avó de Débora. 

O pai da criança, Alex, foi condenado por homicídio duplamente qualificado e a mãe por homicídio qualificado, por ter se omitido, já que como mãe tem o dever de proteger o filho e não o fez. Desta forma, a pena para o pai, Alex, foi de 26 anos e para Débora, 24. “Eles estão no sistema penitenciário de Curitiba e se encontram separados devido à brutalidade do crime, permanecendo junto com aqueles que cometeram estupro e outros crimes contra crianças”, informou o promotor da 1.ª Promotoria de Justiça da Comarca, Dr. Caio Bergamo Arcangelo Marques, que apresentou a denúncia pelo Ministério Público.
Um dos aspectos observados durante a audiência foi a frieza apresentada por Débora. 

“Ela não apresentou nenhum remorso, inclusive o juiz considerou isso na sentença para aumentar a pena dela”, relatou Dr. Caio. 

Quanto aos depoimentos dos pais de Alex, o promotor contou que já era esperado algum comportamento durante a audiência que beneficiasse o filho, o que foi observado, por exemplo, quando o pai de Alex afirmou que o filho não usava drogas. “Apesar de não ter a obrigação legal, a gente espera sempre que a testemunha tenha a obrigação moral de dizer a verdade, mas normalmente isso acontece mesmo”, enfatizou Dr. Caio.
Já Alex optou por não comparecer à audiência. 

“Ele se recusou a participar. A escolta foi buscá-lo no local em que ele está preso em Curitiba, mas ele não quis vir. É um direito dele comparecer à audiência, mas ele pode dispensar esse direito”, explicou o promotor.

A mãe de Débora, Elza Moraes Tavares, residia na casa da frente do local onde o pequeno André foi agredido. 

“Ela é a avó, mas é considerada a mãe porque foi ela quem criou Débora. Elza não faltou com a verdade, manteve seus depoimentos durante todo o processo, inclusive durante a audiência, o que foi de extrema importância para o caso. Este é mais um caso resolvido, que serve como exemplo para a sociedade por se tratar de um crime brutal que chocou a todos”, frisou o promotor de Justiça.

 

TRISTES RECORDAÇÕES

Elza hoje reside na antiga casa onde Débora e Alex moravam com os três filhos. Procurada pela reportagem da Folha do Litoral News, a senhora relatou que Débora sofria agressões do companheiro, mas nunca quis denunciá-lo. “Se ela tivesse denunciado, ele estaria preso e evitaria isso que aconteceu”, lamentou. “Tudo o que eu falei nos outros depoimentos eu repeti nesse, foi tudo verdade, não mudei nada. Não gosto de mentira”, revelou Elza, mostrando a importância da veracidade dos fatos.

O filho mais velho do casal, Rayran, que na época do crime tinha três anos, também sofria com as agressões do pai, como observado por Elza. “O Rayran é bem branquinho e quando levantei uma vez a camiseta dele tinha diversas marcas de cabo de vassoura nas costas e na cabeça”, lembrou. “Quando ia dar banho no André e via as marcas no corpo dele, perguntava para a Débora e ela dizia que tinha sido Alex que tinha feito e ela dizia que ele fazia porque a criança merecia”, destacou.

No dia que André foi espancado pelo pai, Elza contou que foi chamada por Débora.

“Quando entrei na casa vi que ele já estava no colchão, cheio de marca parecida com cigarro no rosto. O erro dela foi não ter denunciado ele. Eu fiz a denúncia no Conselho Tutelar, mas nada foi feito, ninguém veio ver a situação das crianças”, frisou Elza.

Já encarcerada desde 2013, Débora produziu alguns bordados em alusão aos três filhos, André, Rayran e Ryan, que são guardados por Elza até que haja uma chance de poder reencontrar os netos e entregar as lembranças da mãe. Rayran e Ryan estão sob a guarda dos pais de Alex.

Elza, mãe de Débora, mostra os bordados que a filha fez em alusão aos filhos durante o cárcere

Publicidade










plugins premium WordPress