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Dia das Mães

Mamães do abrigo dos idosos falam sobre saudade e o amor aos filhos

Conheça histórias de mulheres que trabalharam para manter a família e hoje convivem com as lembranças.

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O abrigo dos idosos é um local de amor e saudade. É o ponto de parada para o descanso para quem trabalhou uma vida inteira. Quem passa em frente no vai e vem corriqueiro e cotidiano, talvez não consiga imaginar que ali dentro existam muitas histórias de vida, marcadas por lembranças de um passado que ainda permanece vivo.

Com a chegada do Dia das Mães, muitas senhoras residentes no local aguardam a visita dos filhos ou netos.

Dona Francisca: “Tenho orgulho dos meus filhos”

Dona Francisca Barão, de 83 anos, é natural de São Mateus do Sul, mas morou quase a vida inteira em Morretes, trabalhando na lavoura. Reside há dois meses no abrigo juntamente com seu marido, de 90 anos.

Foi com o esforço das mãos, pegando na enxada, que ela criou os três filhos. “Nossa vida no começo foi difícil. Eu deixava de comer para dar aos meus filhos. Hoje o mais velho tem 65 anos e vem me visitar toda semana, pois mora em Morretes, é mais perto. Os outros ainda não vieram porque moram em outras cidades mais distantes. Todos eles são filhos maravilhosos, que me orgulham bastante”, contou.

Dona Francisca não poupa elogios aos filhos. “Eles são pessoas boas que ajudam o próximo. Eu sempre ensinei isso para eles e hoje tenho muito orgulho, pois todos estão formados e bem empregados”, destacou.

Dona Ieda: “Carrego todos no meu coração”

Quem também lembra com saudades do passado é dona Ieda Boeira de Lima, de 76 anos. Ela conta que é conhecida em Paranaguá e, principalmente, por causa de suas habilidades na cozinha.

Natural de São Joaquim, Santa Catarina, dona Ieda chegou a Paranaguá na década de 1960. Trabalhou 40 anos como comerciante em uma cantina na Estiva. Lá ela fez muitas amizades e admiradores de suas guloseimas.

“As pessoas faziam fila para comprar meus pães e pastéis. Eu gostava de trabalhar vendendo os produtos que eu mesma fazia”, contou, reforçando que o maior ingrediente era o amor.

Dona Ieda guarda consigo uma caixinha de fotos da família. Ela teve dois filhos (falecidos) e tem seis netos que estão crescidos e moram em outras cidades. “Eu mato a saudade olhando as fotos dos meus filhos que já não estão aqui. Meus netos ainda não vieram me visitar, as fotos que tenho são deles quando eram crianças. Eu carrego todos no meu coração”, contou.

Dona Maria: “Fiz tudo que pude para criar e educar”

Acometida com a Doença de Parkinson, dona Maria Josefina dos Santos, de 66 anos, passa o dia em uma cadeira de rodas. Apesar de falar com dificuldade, se orgulha em dizer que está muito lúcida.

Natural de Guaraqueçaba e criada na cidade de São Paulo, dona Maria teve muitos empregos. O mais importante, segundo ela,  foi no aeroporto internacional de Guarulhos. “Eu trabalhei lá por 4 anos e sempre fiz tudo com muita competência. Carregava as bagagens nos carrinhos até o avião. Depois disso me empreguei em uma clínica veterinária onde cuidava dos animais, fazia tosa e banho”, lembra.

A motivação para o trabalho sempre foi encontrada em seus três filhos, os quais ela não vê há muito tempo. Dona Maria veio morar em Paranaguá porque tem parentes na cidade.

“Eu sei que eles não podem vir para cá porque é longe, moram em São Paulo. Cada um tem sua vida e sua família. Eu fiz tudo que pude para criar e educar por isso estou em paz”, contou, enxugando uma gota de lágrima que escorreu como prova do amor e da saudade que carrega no peito.  

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