Reinício do ano letivo

As portas das escolas, dos colégios, das faculdades, logo estarão abertas para acolherem os milhares de jovens brasileiros que vão, em busca dos conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento intelectual e social. Aos aprovados nos vestibulares, a expectativa do início da jornada vem envolta em curiosidade mesclada com preocupação. Em muitos casos, logo no início do curso, surge a decepção pela escolha equivocada o que gera arrependimento e frustração que podem ser corrigidos no vestibular próximo.

Quanto às escolas e colégios, a inquietação maior não envolve os alunos, mas sim, os pais face à obrigatoriedade da compra do material escolar cobrado pelas escolas. Saem as mães em peregrinação com as listas, quase sempre muito grandes, excedentes na maioria dos casos ao poder de compra, pesquisando de loja em loja, de papelaria em papelaria na busca de preços mais acessíveis, compatíveis com o orçamento familiar.

E a maratona parece não ter fim, porque ao que consta, a cada ano as tais listas sofrem acréscimos inesperados de itens “indispensáveis” para o bom desempenho do aluno. A preocupação maior das mães é não satisfazerem as exigências e proporcionarem aos filhos as frustrações pela compra não completada.        A televisão tem mostrado mães em lojas especializadas com as listas na mão, olhando comparando, sobretudo reclamando das diferenças no preço do mesmo artigo em lojas diferentes.

A Internet tem sido uma ferramenta excelente na ajuda para as pesquisas e até compras. Por que os lojistas não firmam um acordo de vender os produtos com preços dentro de uma média razoáveis aos bolsos de todos? Seria excelente forma de colaborar com a população de baixa renda, proporcionando possibilidades iguais para as mães de todas as classes sociais de satisfazerem os anseios dos filhos que, na escola, não seriam descriminados por não apresentarem o material escolar exigido.

Agindo assim, o comércio estaria fazendo a sua parte no processo da promoção da igualdade social, estaria em oposição ao governo, que, do alto do seu trono, não distingue os grandes dos pequenos, envolvendo a todos na mesma trama do pouco caso, preocupado tão somente com a subida sempre maior da taxa de juros responsável pelas diferenças nos preços dos artigos buscados.