Copa do Mundo

Com o início das competições de futebol, o povo do mundo em especial o brasileiro, apaixonado por futebol, vai deixando, para planos inferiores, problemas e preocupações, ligando-se às notícias sobre a Copa. Sem dúvida o futebol exerce sobre os brasileiros um domínio quase absoluto, superando os demais sentimentos.

 

De volta ao lar, após o dia de trabalho ou durante o expediente, os cidadãos buscam sintonizar com as notícias sobre a maior competição futebolística do mundo. Muitos aprovam a seleção dos jogadores feita pelo técnico Tite.

 

Outros lamentam a exclusão de atletas até então tidos como embatíveis. E as conversas, nos locais de trabalho, nas esquinas, nos lares giram em torno da esperança da conquista do hexacampeonato. No mundo todo, a despeito das tragédias que ocorrem diariamente, sejam no trânsito, nas encruzilhadas armadas por criaturas desalmadas, o assunto predominante são os jogos da Copa do Mundo.

 

Neste ano em que o País a sediar o campeonato está localizado no continente onde os contrastes de vida dos seres humanos causam espanto ao resto do mundo, a televisão nos revela aspectos que despertam admiração pela alegria dos habitantes. A impressão que se tem é a de um povo que curte a vida com serenidade até então insuspeitada.

 

Naturalmente os países que vão concorrer para conquistar a almejada taça do mundo estão preparados com empenho renovado. Em alguns as promessas atingem o extremo do bom senso. Mas ser campeão em uma competição como essa é razão para que o povo vencedor atinja o auge da felicidade em razão da repercussão que a conquista provoca. Essa vitória abre caminhos para o incremento do turismo e aumenta a admiração pela nação campeã.

 

Por outro lado se formos os vencedores, a alegria será tão intensa que a fumaça dos fogos lançada no dia da vitória talvez encubra, tal qual grosso tapete, as malandragens com que os políticos vêm denegrindo a nossa imagem de povo patriota e guerreriro.

 

Ivone E. Marques