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Cultura

Documentário sobre comunidade indígena da Ilha da Cotinga será lançado em Paranaguá

Evento integra a comemoração de aniversário de 56 anos do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR. (foto: Carol Castanho)

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No sábado, 27, o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) completa 56 anos e diversas atrações estão programadas para comemorar a data. Um deles é o lançamento do documentário “Ko Yvy Ma Ndopa Mo’ãi – Essa terra não vai terminar”, da produtora Cantarim Educação e Interseções Artísticas e Culturais, no dia 27, às 16h. Ainda haverá a participação do Coral Tape Marae’ỹ (Caminho sem Mal).

O filme trata da vida dos indígenas Mbyá Guarani da aldeia de Pindoty, na Ilha da Cotinga. A diretora da Cantarim, Jéssica Quadros, foi uma das idealizadoras, coordenadora do projeto e produtora executiva. Para ela, o lançamento no MAE é carregado de significado. “Lançar o documentário neste espaço que preza em ações o ensino, pesquisa, inclusão e fortalecimento da cidadania vem ao encontro dos propósitos do documentário, que, além de possuir uma função cultural e social, permite vislumbrar um contato poético acerca da cosmologia indígena que deve ser difundida”, disse Jéssica.

Evento é gratuito e contará com a presença da comunidade da Aldeia Pindoty. (foto: Carol Castanho)

TEMÁTICA

O documentário se atentou para o tema da infância e o protagonismo das crianças na aldeia. “Este tema foi consolidado junto à comunidade, que celebrou o trabalho. Tivemos o privilégio de contar com a participação de dois pajés, representantes espirituais das aldeias: Isolina da Silva YvaReteMindua (Aldeia Pindoty) e Floriano Romero Wera (TekoáPiãú / Santo Ângelo – RS). Eles trazem à tona algumas preocupações diante das transformações e influência dos não índios na vida e rotina modificadas diante de novos contextos com relação a algumas práticas ancestrais”, contou Jéssica.

“Essa terra não vai terminar” é todo em Guarani, algo desafiador para a equipe que ficou deslumbrada ao se deparar com uma língua na qual muitos não possuem proximidade. Os produtores tiveram que lidar também com questões de estruturas e logísticas diferenciadas para se adequar. “Montamos uma base de produção na aldeia e passamos alguns dias com eles, devido ao clima e tempo também tivemos alterações no cronograma, que acabaram proporcionando diálogos muito significativos. Tudo muito gratificante”, garantiu Jéssica.

Serão distribuídas cópias do filme para escolas, museus, bibliotecas da região e em diferentes instituições pelo País para que o modo de vida indígena alcance mais pessoas. “A temática é extremamente urgente. Tratar da história, de valores tão essenciais ao ser humano que em alguns cenários são negligenciados. A importância do brincar, de ouvir histórias dos mais velhos, da relação com a natureza e hábitos que salvaguardam saberes milenares. Conhecer os povos tradicionais e seus diferentes modos de viver permitem um amplo acesso à diversidade étnica local, fortalece as noções de pertencimento, contribui para o respeito intercultural, preserva os saberes ancestrais e permite conhecer e inspirar práticas educativas multidisciplinares e inovadoras em diferentes campos do saber”, explicou Jéssica.

“Fizemos parte da Mostra Mirada Paranaense e fomos premiados com Menção Honrosa pela Associação de Cinema e Vídeo do Paraná”, comentou a diretora da Cantarim, Jéssica Quadros (terceira da direita para a esquerda). (foto: Isabella Lanave)

PREMIAÇÕES

A coordenadora do projeto contou que o documentário teve um pré-lançamento no Festival Internacional de Curitiba – Olhar de Cinema (Curitiba Int'l Film Festival), no mês de junho. “Para nós foi uma grande alegria e satisfação sermos selecionados. Fizemos parte da Mostra Mirada Paranaense e fomos premiados com Menção Honrosa pela AVEC – PR (Associação de Cinema e Vídeo do Paraná)”, afirmou Jéssica.

Em 2018, a produtora recebeu o Prêmio Culturas Populares, pela Secretaria da Diversidade Cultural, do Ministério da Cultura, com o Grupo de Estudos Guarnicê. “A Cantarim tem como foco a integração das linguagens artísticas em seus trabalhos com abordagens sociais, artísticas e culturais, acreditando no poder das culturas populares como fator de transformação. Convidamos todos para participarem dessa festa, conhecer um pouco mais das nossas matrizes, da nossa comunidade, a se permitirem aproximar o olhar a novas descobertas, reflexões e transformações”, ressaltou Jéssica.

O documentário também será apresentado na Cinemateca de Curitiba, no dia 30 de julho, às 15h. As instituições que tiverem interesse em exibir “Essa terra não vai terminar” podem entrar em contato por e-mail ([email protected]) ou pelo Instagram (@cantarim_cultural).

Confira o trailer do filme:

Sinopse e Ficha Técnica

A comunidade indígena Pindoty, localizada na Ilha da Cotinga, reflete sobre como passar adiante os conhecimentos ancestrais de sua cultura. Diante das dificuldades provindas da forte influência do mundo não índio, a nova geração de crianças da aldeia traz força aos mais velhos, os quais, através do filme, dão o testemunho vivo de uma cultura que resiste. (Matias Dala Stella, 33 min. Brasil).

Áudio: Guarani

Legendas: Português

Com: Isolina da Silva YvaReteMindua – Pajé da Aldeia Pindoty; Floriano Romero Werá – Pajé da Aldeia Guarani TekoáPiãú (Santo Ângelo – RS); Juliana Kerexu Mirim Mariano – Educadora e Liderança Feminina.

Idealização: Danielle Fortes e Jéssica Quadros

Roteiro: Juliana Kerexu Mirim Mariano e Matias Dala Stella

Direção: Matias Dala Stella

Cinematografia – Vino Carvalho

Câmera – Matias Dala Stella e Vino Carvalho

Assistente de Direção e Fotografia Still – Carol Castanho

Som Direto e Edição de som – Carmen Agulham

Coordenação de Produção e Produção Executiva – Jéssica Quadros

Direção de Produção – Danielle Fortes

Montagem – Matias Dala Stella

Correção de Cor – Maria de Oliveira

Finalização e DCP – Gustavo Pinheiro

Revisão Ortográfica e Tradução Francês– Lúcia Cherem

Tradução Guarani – Português – Dionisio Rodrigues, Jair Mariano Rodrigues e Juliana Kerexu Mirim Mariano

Revisão da Tradução em Guarani – Isaque Tupã Faustino e Gustavo Godoy

Transcrição e Legendas em Guarani – Isaque Tupã Faustino

Tradução Inglês e Espanhol – Pretícia Jerônimo

Revisão Inglês – Graziela Braz Camilo

Revisão Espanhol – Xavier Rodriguez

Projeto Gráfico – Jéssica Luz

Guimbal – Wilson Roberto

Estagiário – Ronildo Mariano

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