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Crônicas

Frenesi natalino

Geralmente, ficam em casa, pois parecem que já nascem com um dispositivo antilojas.

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Visualmente, acho o mês de dezembro lindo! As pessoas enfeitam as casas e montam sua árvore de Natal, shoppings capricham na decoração, com luzinhas e mais luzinhas sendo colocadas de maneira harmoniosa para completar esse ar de magia.

Apesar desse aspecto, por um lado, confesso que não consigo entender direito a histeria coletiva que toma conta desse período, bem como o consumismo desenfreado. Às vezes, vejo três gerações de mulheres: vó, mãe e filha com os braços repletos de sacolas de presentes. Os homens? Geralmente, ficam em casa, pois parecem que já nascem com um dispositivo antilojas. E, quando se propõem a ir, aguardam do lado de fora do estabelecimento, mesmo que seja ele próprio quem esteja precisando renovar o guarda-roupa. Costumeiramente, possuem paciência zero.

Comprar. É o verbo que reina durante os primeiros 24 dias do mês de dezembro. Assim, lojas ficam abarrotadas de pessoas, o trânsito segue caótico e o cartão de crédito recebe parcelas de nove, dez, onze, doze meses. No Natal do ano que vem, muita gente ainda estará pagando dívidas do anterior.

As pessoas seguem apressadas, ansiosas, parecem querer resolver os problemas do ano todo dentro de um único mês. Tudo que foi protelado, adiado, deixado de lado, emerge com uma força vulcânica implorando que haja a liquidação.

Por outro lado, simpatizo com o dia 25 de dezembro, cujo feriado, com cara de domingo, pode cair em qualquer dia da semana. Há essa pausa. Esse respiro para a maratona que se encerrou no dia anterior.

Costuma ser um dia preguiçoso, quando seu único esforço será o de se arrastar até a geladeira e beliscar o que sobrou da ceia. Nesse dia, há sempre tempo de sobra para maratonar séries na Netflix, colocar a leitura em dia, ouvir música e ficar esparramado na cama ou no sofá.

Sair? Pra quê? Tudo estará fechado. As ruas estarão desertas. Exceto se você estiver na praia. Daí a conversa é outra. Possivelmente, assunto para outra crônica.

Caso contrário, vista uma roupa bem solta, aproveite essa folga, descanse, revigore-se. Esteja pronto para amanhã, dia 26, oficialmente, o dia de trocar os presentes que não serviram ou agradaram, em que, possivelmente, não encontrará a cor, o número ou o modelo daquela roupa que você tanto queria, mas que ganhou pela ducentésima vez algo que não tem nada a ver com você. Tudo isso tendo que encarar um vendedor ainda combalido com o intenso e exaustivo esforço de trabalho a que foi submetido no frenético período natalino e que nem o hiato do dia 25 foi capaz de restabelecê-lo.

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