Sinal dos tempos

Cresci ouvindo que o primeiro dia de abril era um dia diferente. Uns falavam em mentiras, outros em revolução, ainda alguns em dar o cano nos restaurantes. Seja como for, minha vida toda eu passei ouvindo histórias e estórias do dia 1 de 4 independente do ano. Neste início de abril não foi diferente. Por incrível que possa parecer, sonhei na véspera que ao acordar no dia primeiro, estava tudo parado, as pessoas nas suas casas, um sentimento de medo e respeito, por alguma coisa não bem explicada. Pouco se falavam, nada de futebol, nem para criticar o momento ruim da nossa Seleção. Ao acordar fui caindo na realidade, enquanto lanchava no silêncio da solidão, lembrei do Coronavírus e suas consequências. Nos goles do café o dia da mentira virou verdade. O mundo anda diferente, sinal dos tempos.

HISTÓRIAS DA BOLA

Poucos lembram que antes da Copa do Mundo de 1962, o Chile foi abalado com um terremoto que causou 5000 mil mortos. Foi em maio de 1960 o Sismo de Valdivia 9,5 graus na Escala Richter. Meses depois, o chefe das obras da Copa, senhor Carlos Ditborn Pinto, declarou em alto e bom som: “Porque nada tememos, faremos tudo”.  A Copa foi realizada, Pelé se machucou, Garrincha foi o dono do espetáculo, Brasil bi-campeão do Mundo no Chile. Histórias da bola.

NILO NEVES, UM CAMPEÃO

Conheci o Nilo jogando no São José em Porto Alegre. Antes jogou no Furacão, um time amador, juvenis do Internacional, Piriri outro time amador e depois Coritiba F.C. e de lambuja Seleção Brasileira. Nilo conquistou 12 títulos pelo Coritiba, titular absoluto. Jogou pelo Atlético, num Campeonato Brasileiro. Hoje mora no nosso litoral, onde sua esposa é professora de uma Faculdade. Um dos seus filhos, o Nilinho, tem uma conceituada escola de futebol. Trabalhei com Nilo nos Juniores do Pinheiros, um técnico campeão de primeira linha, depois ele foi para o Sinop e Barra do Garça, onde conquistou vários títulos, trabalhou também no Internacional e Criciúma. Por onde andou obteve conquistas. Gente da melhor qualidade. Saudades,  Nilo.

SAUDADES

Só no meu canto, escuto música da melhor qualidade na Educativa FM, leio Érico Veríssimo, Alceo Tramujas, Katia Muniz, Professor Heriberto Ivan Machado, Levi Mulford, Joaquim Tramujas, Renato Mocellin, Luiz Zini Pires, entre outros, e relembro minha infância. O campo tinha mais terra do que grama, a bola era de tento, os pés descalços, é muito talento. Saudades.

MESTRE RUBENS MINELLI

Um dia perguntei para o técnico campeoníssimo Rubens Minelli o que ele achava do Neymar. Respondeu com o conhecimento e a franqueza de sempre. ” O futebol não é circo de Soleil, o futebol é arte aliada a eficiência.”  Continuamos o almoço no Eisbein falando de futebol e da vida. Mestre é mestre.

ÁLCOOL E ESPORTE NÃO

Toda bebida alcoólica reduz a capacidade de controle neuromotor fino. A língua perde parte dos seus movimentos. O atleta perde parte de sua capacidade física. Entre o pensar e executar, os movimentos ficam lentos. Verdades científicas.

REPÓRTER X GOLEIRO

O repórter seja da área que for, é como o goleiro de futebol. Se não tiver intuição, acaba dançando sem música. Por isso se fala na gíria do radialista ou jornalista, que a pessoa nasce repórter, a Faculdade apenas aprimora alguns detalhes. A intuição é fundamental na hora de perguntar ou de acertar o canto que a bola vai.

 VIDA

Tenho uma vida bem vivida, pelas ruas de Curitiba ou Paranaguá, sempre fazendo amizades, histórias e amores. O resto é perfumaria barata.