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Crônicas

Oito de março

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Oito de março

Oito de março, Dia Internacional da Mulher. 

O que almejamos não só no dia em que celebramos a honrosa data no calendário mas também em todos os outros dias do ano?

Primeiro de tudo: queremos viver, no sentido literal da palavra. Viver como sinônimo de existir, estar viva.

Ansiamos por continuar vivas mesmo depois de dizermos “não” para aquela relação que não mais se sustenta e na qual somos mais infelizes do que felizes. Temos sim o direito de fazermos as malas e ir em busca da felicidade e da paz sem sermos perseguidas, ameaçadas, importunadas e, no pior dos casos, mortas. 

Queremos viver sem o medo absurdo de sofrermos qualquer tipo de violência física ou psicológica. 

De podermos pegar um ônibus lotado sem que esse fato seja usado como pretexto para que homens se aproveitem da situação e cometam assédio.  

Por sinal, há ônibus de viagens que já adotaram assentos exclusivos para mulheres. Tudo isso para que não tenhamos a surpresa de sentarmos ao lado de alguém que não sabe respeitar uma mulher. A atitude das empresas de transporte coletivo é válida e muito louvável, pois nos protege e resguarda. Porém, há de se questionar ter que adotar uma medida dessas em pleno século XXI. Trata-se de um avanço ou retrocesso quando temos que separar seres humanos?

Vivendo em sociedade e interagindo nas relações interpessoais, é natural que, muitas vezes, esbocemos um sorriso e sejamos simpáticas. O que intriga é por que tal ato ainda provoque más interpretações? Desde quando sorrir, ser educada ou simpática valida a intenção de que estejamos “querendo algo a mais” ou dando abertura para isso?

E, por último, convido você a imaginar a situação: “Às 22h, um homem casado está sozinho tomando um chope em um barzinho. Nessa mesma hora, uma mulher casada está sozinha tomando um chope em um barzinho”. Adivinha qual dos dois receberá censura perante a sociedade?

Avançamos, mas ainda há muito a ser conquistado. Principalmente, no que se refere a mudar conceitos tão enraizados da cultura machista. Estamos no caminho? Talvez, dando um passo de cada vez, que deve ser firme, frequente e diário.  A persistência é o que nos move e abre caminhos.

Por: Kátia Muniz

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