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Tempo versus memória

A renomeação para Praça João Gualberto evidencia como a memória e o tempo não andam de mãos dadas.

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A renomeação para Praça João Gualberto evidencia como a memória e o tempo não andam de mãos dadas. Quando a Câmara Municipal rebatizou o logradouro, o jornal local acreditava ser uma maneira do nome do Comandante ficar gravado na História. Não passou de ilusão, afinal, além de poucas pessoas saberem como é chamada aquela região, os que conhecem a Praça João Gualberto desconhecem o homenageado. Mas não podemos culpar os formadores de opinião daquela época, pois o Comandante realmente foi um herói em seu tempo e por isso recebeu diversas homenagens.

Além dos vários discursos e do grandioso enterro, sem falar no perigoso resgate do corpo e seu translado, o nome do Comandante foi dado a uma avenida na Capital. Em Paranaguá, a maçonaria também realizou suas próprias homenagens ao herói de guerra. Na edição de 23 de novembro, uma nota no jornal local avisava que em virtude do 30.º dia de morte “do bravo Commandante da polícia”, cujo falecimento ainda enchia os paranaenses de tristeza, a Loja Maçônica Perseverança realizaria “uma sessão fúnebre com as pompas do ritual”. Autoridades federais e estaduais participariam no evento.

Sábado, 20 horas, começou a sessão fúnebre e de acordo com o jornal de segunda, o templo encontrava-se “revestido de todas as insígnias e symbolos”, inclusive o retrato de João Gualberto próximo ao trono. Muitas famílias e autoridades compareceram à cerimônia, presidida pelo major José Gonçalves Lobo. A banda do Tiro 99 acompanhou as preces, juntamente com o “órgão executado” por Navasio dos Santos. Novamente o jornal afirmou que a memória do comandante “se gravou eternamente no povo paranaense”. Mas as personagens históricas nem sempre permanecem relevantes e o herói da Guerra do Contestado perdeu seu simbolismo, caindo no esquecimento.  

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